terça-feira, 22 de junho de 2010

Este livro é para quem não sabe, ou não lembra,  como este GOVERNO foi, e,  é constituído.
É muito bom "requentar" a memória.
Outubro ELEIÇÕES e precisamos nos livrar deste LIXO que está ai...e que ainda tem a cara sem vergonha, a cara de pau de querer continuar....
NÃO CHEGA ???? A BURRINHA AINDA NÃO ENCHEU???.
Querem mais???  Vão trabalhar VAGABUNDOS.
E isso só vai acontecer com o seu VOTO. Pense nisso.

Autor do Livro: Jornalista Ivo Patarra
CAPÍTULO 6 CONTINUAÇÃO (PARTE 9)


 - Eu estive apenas algumas vezes com ele, na sede do PT, para cumprimentar, numa relação social, na medida em que ele tinha relação mais próxima com o companheiro Delúbio Soares.
Raquel Teixeira relata telefonema de Alon Feuerwerker, assessor do ministro Aldo Rebelo (PC do B-SP), nos dias seguintes à entrevista na qual Roberto Jefferson (PTB-RJ) revelou a existência do mensalão.  
- Ele disse que o objetivo era tratar de uma emenda minha de R$ 1 milhão.
A Folha de S.Paulo publica reportagem de Cláudia Trevisan, segundo a qual o PT emprestou  R$ 3,6 milhões do Banco Rural em 2003, apesar de jamais ter tido conta na instituição financeira até Lula vencer as eleições de 2002. Em dezembro de 2004, o valor do empréstimo atingira R$ 5,1 milhões. Outro dado: quando o PT conseguiu o financiamento dosR$ 3,6 milhões, estava com o patrimônio líquido negativo, em R$ 4,2 milhões. Não era recomendável que um banco concedesse crédito.

Além do Banco Rural, o banco BMG. A Folha revela que o segundo banco, também com sede em Belo Horizonte, emprestou outros R$ 2,4 milhões ao PT em 2003. A dívida junto ao BMG chegou a R$ 2,7 milhões em 2004. O Banco do Brasil, por sua vez, único credor do PT em 2002, aumentou o nível de financiamentos ao partido. Dos R$ 705 mil registrados em 2002, foram R$ 1 milhão no ano seguinte. Em 2004, R$ 3,5 milhões. Ao mesmo tempo, o patrimônio líquido do PT alcançava R$ 24,7 milhões, negativos.
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30/6/2005 Roberto Jefferson no ataque. A Folha de S.Paulo publica novas acusações do presidente nacional do PTB. Agora, um esquema de desvio de dinheiro engendrado na empresa Furnas Centrais Elétricas. A maracutaia envolveria o diretor de Engenharia da empresa, Dimas Toledo. Ele teria se reunido com Roberto Jefferson, na casa do deputado, em 13 de abril de 2005.
Roberto Jefferson diz à repórter Renata Lo Prete que “sobram” R$ 3 milhões por mês em Furnas. A operação teria sido relatada por Dimas Toledo. A divisão do dinheiro: R$ 1 milhão para o PT nacional, repassado ao tesoureiro Delúbio Soares; R$ 1 milhão para o PT de Minas Gerais, levado ao partido pelo diretor de Administração de Furnas, Rodrigo Botelho Campos; e R$ 1 milhão dividido meio a meio: R$ 500 mil para a diretoria de Furnas e R$ 500 mil para alguns deputados que deixaram o PSDB e ingressaram no PTB.
O presidente do PTB nomeou três deputados desse grupo: Osmânio Pereira (MG), Salvador  Zimbaldi (SP) e Luiz Piauhylino (PE), sendo que o último já se transferira novamente, para o PDT. Coube ao grupo indicar o diretor de Finanças de Furnas, José Roberto Cesaroni Cury.
A história, confusa, vai até Lula. Jefferson explica: o PTB havia escolhido Francisco Pirandel para ser o diretor de Engenharia, no lugar de Dimas Toledo. No loteamento do governo Lula, coubera ao partido nomear o cargo ocupado por Toledo. Informado da “sobra” dos R$ 3 milhões por Toledo, que lutava para manter o cargo, Jefferson contou tudo ao ministro José Dirceu:
- Tudo o que o Dimas me explicou eu relatei depois ao Zé Dirceu. Ele confirmou que era isso mesmo. Percebi claramente que o Zé Dirceu estava jogando contra a nomeação do Pirandel.
A proposta de José Dirceu, segundo Roberto Jefferson:

- “Roberto, vamos resolver esse negócio por cima. Deixa o Dimas lá. A gente faz um acerto direto entre o PT e o PTB”.

Jefferson aceitou. Em 26 de abril de 2005, no Palácio do Planalto, o último encontro de Jefferson com o presidente. Lula foi logo cobrando, não estava satisfeito com a situação em Furnas:

- “Roberto, por que está demorando tanto?”
Jefferson responde que estava sofrendo pressões, mas sem dar detalhes. E diz aceitar uma “solução de compromisso”. Lula não quer:
- Nada disso. O Dimas vai sair.
Pouco mais de duas semanas depois, a revista Veja publicava a gravação com Maurício Marinho, em que Jefferson aparecia como o chefe da corrupção nos Correios. Veio a crise do mensalão e a ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff (PT-RS), suspendeu tudo.
Dimas Toledo ficaria no cargo.
Neste ponto, com as novas denúncias de Roberto Jefferson, o Palácio do Planalto exonera todos os diretores de Furnas mencionados por Jefferson. Para diminuir o desgaste, uma nota da estatal federal pontua que os afastados “solicitaram licenças de seus cargos, até que as apurações necessárias estejam concluídas”. Caem Dimas Toledo, com 35 anos de Furnas, José Roberto Cesaroni Cury e Rodrigo Botelho Campos, ex-vice-presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores, ligada ao PT), indicado do PT.
Em mais uma sessão tumultuada, Roberto Jefferson presta depoimento à CPI dos Correios. Ele admite que pediu dinheiro ao diretor de Administração dos Correios, Antônio Osório:
- Eu pedi a ele que, se possível, na relação com qualquer empresário privado, ele pudesse no final ajudar o caixa oficial do partido.
Jefferson também chama para si a responsabilidade sobre o destino dos R$ 4 milhões que, segundo ele, foram repassados ao PTB pelo PT. Recusa-se a dar nomes de supostos beneficiários do dinheiro.
- Não admito que o partido pegou, morre comigo a informação. Não vou prejudicar os inocentes, recebo na pessoa física, por omissão do presidente do PT e erro meu.
O foco do depoimento, o pagamento de mensalões:
- Na raiz do mensalão está o troca-troca de partido. Até luvas de R$ 1 milhão e financiamento de R$ 30 mil de taxa de manutenção nós já temos.
- O senhor Marcos Valério, versão moderna e macaqueada do senhor PC Farias, sacava R$ 1 milhão por dia nas contas do Banco Rural. Ou sacava em Minas Gerais ou no prédio do banco no Brasília Shopping, no nono andar, onde muitos assessores dos que recebem mensalão, que estão registrados na portaria, subiam até o escritório do banco para receber R$ 30 mil, R$ 40 mil, às vezes R$ 20 mil ou até R$ 60 mil.

- Tem que procurar no Banco do Brasil também, porque recordo que, dos recursos que recebi do PT, 60% eram notas etiquetadas do Banco do Brasil.  
Jefferson chuta o pau da barraca:

- Não há, povo do Brasil, cidadãos do Brasil, eleição de deputado federal que custe menos de R$ 1 milhão ou de R$ 1,5 milhão. Mas a média, aqui na CPI e na Câmara, na prestação de contas, é de R$ 100 mil. Não há eleição de senador que custe menos que R$ 2 milhões ou R$ 3 milhões, mas a prestação de contas, na média, é R$ 250 mil. Esse processo começa na mentira e deságua no PC Farias, nos outros tesoureiros e, agora, no senhor Delúbio e no senhor Valério.  
- É de deixar a gente perplexa. Ou alguém tem dúvida que a campanha mais rica de 2002 foi a campanha do PT? A mais milionária, a mais poderosa de todo o Brasil, do Oiapoque ao Chuí? E as declarações da Justiça Eleitoral não traduzem a realidade. Nem a minha, porque é igual à dos senhores.

- Participei no passado de uma CPI, a CPI do PC, como advogado. Tentei fazer naquela CPI o que vi ontem aqui por parte de alguns políticos: impedir que as investigações avançassem. Procurei evitar que os fantasmas do PC Farias pudessem viver à luz do dia.
E, nessa inversão de papéis, vi que muitos que ontem exorcizavam tais fantasmas agora  estão caçando eles. Só que não são mais os fantasmas de PC. São                os fantasmas do Delúbio e do Marcos Valério.

- PC Farias é pinto perto do que se vê de corrupção no PT.
O deputado Henrique Fontana (PT-RS) acusa Roberto Jefferson de ter servido “ao mais corrupto governo da história do Brasil, o de Fernando Collor de Mello”. Jefferson retruca:
- Servi também ao de vossa excelência!

E vai em frente:

- Não tente empurrar nada para o PTB. No Rio Grande do Sul, o governo do PT viveu o  escândalo do apoio dos bicheiros e tentou jogar tudo para debaixo do tapete. Bicheiros e Waldomiro Diniz são coisas do PT.
- O PT, que fez da ética e da moralidade a sua bandeira, rasgou agora a bandeira. A mim isso não traz felicidade. Chafurdou, se sujou como os outros no passado, nos quais atirou pedra. E para que isso não se repita temos de enfrentar a raiz do financiamento eleitoral. Esses fantasmas que ficam rondando o poder, Delúbio, PC Farias, Valério, é sempre a mesma prática.
- Não vim aqui mendigar em favor do meu mandato. Já passei dele. Não vim perorar pelo deputado, absolutamente. Enfrento uma luta aqui como cidadão, como homem, como chefe de família. Saio do Congresso da maneira que entrei, pela porta da frente. Ninguém vai me colocar de joelhos e com o rabo entre as pernas. Ninguém vai me acanalhar. Não faço papel do herói, porque não sou melhor que os senhores, sou igual. Não faço papel de vilão porque não sou, porque os senhores e senhoras não são melhores do que eu.
Já no final do depoimento, mais uma denúncia: Marcos Valério, em reunião intermediada pelo tesoureiro Delúbio Soares, ofereceu um negócio que renderia R$ 100 milhões ao PT e ao PTB. Uma operação no coração do IRB (Instituto de Resseguros do Brasil). Jefferson tinha de convencer o presidente do IRB, Luiz Appolônio Neto, a fazer uma transferência de US$ 600 milhões de aplicações do IRB. Luiz Appolônio Neto fazia parte do círculo de influência de Jefferson. A comissão do negócio, os tais R$ 100 milhões:

- O Marcos Valério pediu que eu influenciasse na operação de transferência de US$ 600 milhões de uma conta que o IRB tem no exterior, não sei se na Inglaterra ou na Suíça, para o Banco Espírito Santo, em Portugal.  
A proposta de Marcos Valério teria sido feita em abril de 2005, na sede do PTB, em Brasília. Na época, o Banco Espírito Santo manteria interesses no Brasil. Roberto Jefferson conta que, em seguida, telefonou para José Genoino, o presidente nacional do PT. Contoulhe o que ouviu. Disse assim:
- “Zé, esse cara é doido, ele acha que chove dinheiro, que dinheiro dá em árvore.”
Resposta de José Genoino:
- Fica tranquilo, que ele resolve.
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2/7/2005 A revista Veja traz detalhes da “sociedade secreta” entre Marcos Valério e o PT. A reportagem de Alexandre Oltramari conta a história do empréstimo de R$ 2,4 milhões do BMG ao PT. A operação foi avalizada por José Genoino, Delúbio Soares e Marcos Valério.

O empréstimo, de fevereiro de 2003, não foi quitado pelo PT. O partido acabou socorrido por Valério. O empresário pagou uma das parcelas da dívida, no valor de R$ 350 mil.
De posse dos documentos que comprovavam a transação, Veja perguntou ao presidente do PT se Marcos Valério assinou aval para o partido. Com a palavra, José Genoino:
- Não sei de nada disso, não. Eu tenho de me informar. Acabei de descer do avião... Acho que não tem isso. Vou me informar. Me liga em uma hora.
Uma hora depois, na sede do PT em São Paulo:
- Olha, não tem isso, não. O que temos com o Marcos Valério são dívidas de campanha de políticos que ele fez para a gente como publicitário.
- Ele nunca foi avalista do PT em alguma operação bancária?
- Nunca. Ele nunca foi avalista do PT. Não tem isso, não.

A transação é comprometedora porque as agências de publicidade de Marcos Valério, como se sabe, dispõem de contratos com o Governo Federal avaliados em R$ 144,4 milhões.

Da reportagem:
“Isso mostra a existência de um ciclo conhecidíssimo, mas que raramente se consegue trazer à luz com tanta nitidez como agora: o dinheiro sai dos cofres públicos, faz uma escala na conta da agência de publicidade e acaba aterrissando no caixa do PT.”
Para entender melhor:

“No início do ano passado, a empresa de participações de Valério, a Graffiti, que controla  agência de publicidade DNA, contraiu um empréstimo de mais de R$ 15 milhões e deu como garantia a receita de um contrato publicitário que, pouco antes, fora firmado entre a SMPB e os Correios.”
O repórter quis ouvir Valério. Ele havia negado em entrevista anterior que dera aval ao PT. Quem fala, porém, é o advogado e sócio, Rogério Tolentino:
- Por orientação dos advogados, ele não vai fazer nenhuma afirmação que possa conflitar  com a defesa. Por isso, ele não pode confirmar, desmentir nem dar nenhum esclarecimento. A direção do BMG também foi procurada, para explicar por que o banco não executou as garantias do empréstimo. Afinal, a operação não fora quitada pelo PT. A explicação, em nota:

“A direção do BMG não pode comentar as informações levantadas pela revista em respeito à lei do sigilo bancário.”
As investigações mostram Marcos Valério no olho do furacão. Coincidem os saques de dinheiro no Banco Rural e o troca-troca partidário. O dinheiro saia do Banco Rural, os deputados deixavam a oposição e ingressavam na base aliada do governo Lula, em quatro partidos: PTB, PL, PP e o próprio PT.
Dados do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras, do Ministério da Fazenda) indicam retiradas de R$ 6,4 milhões, entre agosto e outubro de 2003. Foi um período de grande migração partidária. As bancadas dos quatro partidos governistas ganharam 16 deputados. O crescimento da base aliada prosseguiu depois. A bancada do PL subiu de 26 para 52 parlamentares. A do PTB, de 26 a 47. E a do PP, de 49 a 55.
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3/7/2005 O programa Fantástico, da TV Globo, conta a história de uma mala de dinheiro entregue ao deputado José Borba (PMDB-PR), líder do partido na Câmara. José Borba esteve na agência do Banco Rural no Brasília Shopping em dezembro de 2003, quando ocorreram saques em dinheiro vivo.
Relato da secretária Fernanda Karina Ramos Somaggio, entrevistada pelo Fantástico:
Marcos Valério se encontrou com Borba três ou quatro vezes, em Brasília. E levou uma mala de dinheiro para o deputado. Diz Fernanda Karina:

- Uma vez, eu me lembro que o senhor Marcos saiu com uma mala e foi para Brasília no avião do Banco Rural. E eu sabia que nessa mala tinha dinheiro. Ele pediu para eu ligar para o José Borba e depois para Delúbio ou Silvio Pereira, para dizer que estava indo para Brasília encontrar José Borba.
José Borba nega conhecer Marcos Valério:
- Nunca houve contato, nenhum encontro.
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4/7/2005 Cai Silvio Pereira, o secretário-geral do PT. “Silvinho”, como é conhecido, disfarça o afastamento do partido com um pedido de licença. Entre outras coisas, ele foi acusado de organizar a distribuição de cargos no governo Lula, embora nunca tenha ocupado posição pública na administração federal. Costumava despachar dentro do Paláciodo Planalto. É do grupo do deputado José Dirceu, o Campo Majoritário, corrente do PT que também abriga Lula.
Silvinho ganhou notoriedade ao defender a permanência do governador Flamarion Portela (RR) no PT, apesar das acusações de desvio de verba que pesavam contra ele. O governador acabou cassado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral). É possível que o afastamento de  

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