Utilidade
O ser
humano possui inúmeras necessidades que precisam ser atendidas
para se sentir
pleno e feliz.
Algumas
são muito elementares e perceptíveis, como alimentação, saúde e segurança.
Outras são
mais sutis, mas nem por isso menos importantes.
Por
exemplo, sentir-se acolhido e valorizado.
Dentre
essas necessidades mais sofisticadas, encontra-se a de ser útil.
Por vezes,
ela não é entendida nem por aquele que experimenta a sua carência.
No
contexto da sociedade atual, abundam os passatempos e a busca pelo ócio.
As pessoas
gastam longas horas em jogos, reais ou virtuais, passatempos e diversões.
São muito
comuns as referências a festas que duram a noite toda.
De outro
lado, valoriza-se bastante ter a cada dia mais tempo disponível.
Idealizam-se
feriados prolongados, viagens e passeios.
A um olhar
superficial, parece que a vida humana se destina primordialmente
ao recreamento e ao nada fazer.
Contudo,
entre festas e folgas, as crises existenciais e as doenças
psicológicas se
multiplicam.
Não se
trata de negar a importância do descanso e das atividades lúdicas.
Mas de
situá-las em seu devido lugar.
São o
contraponto da atividade produtiva, não a finalidade do existir.
A rigor,
só descansa quem trabalha.
O ócio, em
si mesmo, é vazio e exasperante.
Nada
substitui a sensação de plenitude de quem cumpriu o dever,
ao terminar uma
tarefa.
A
consciência tranquila do dever bem cumprido constitui um prêmio em si só.
Quem logra
tornar-se útil sente-se harmonizado com o coletivo.
Percebe
que ocupa o seu lugar no mundo e goza de um automático bem-estar.
Assim,
tarefas e deveres nobres não constituem obstáculo à felicidade.
Não há
lucro algum em evitá-los ou minimizá-los, enquanto se gasta a
vida com
futilidades.
Os deveres
são parte essencial de um existir equilibrado e pleno.
De outro
lado, é importante não confundir utilidade com grandeza.
Quem busca
a grandeza costuma se comparar com os semelhantes.
Com isso,
tende a se angustiar.
Afinal,
sempre há seres com maior e menor preparo e com tarefas
correspondentes ao seu
talento.
Em vez de
se tranquilizar ao atender seus deveres com competência, rói-se de inveja
de
quem é convocado para ocupar posições de maior destaque.
Também
corre o risco de desprezar aquele que desempenha tarefas singelas.
Assim, o
relevante é identificar os seus compromissos e empenhar-se em bem
executá-los.
Cuidar dos
próprios deveres com seriedade e competência.
Apreciar a sensação de ser útil e produtivo.
Pense nisso.
Redação do Momento Espírita.
Redação do Momento Espírita.
Em 16.09.2011.
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