Hora marcada para amar
Quando os casais se separam, os
filhos passam a sofrer uma série de consequências. Para eles, pouco importa se
os pais já não se suportam, se têm grandes diferenças ou se optaram, por
qualquer outro motivo, pela separação.
Consultados, na quase totalidade,
responderão que gostariam de ficar com os dois. Mas, a verdade é que acabam por
ficar com o pai ou com a mãe.
Ao cônjuge que não ficou com os
filhos cabe a tarefa de se apresentar em dia e hora determinados para as
visitas, conforme combinado no divórcio.
Embora esse acerto seja um item que
pode facilitar para o casal, não o é para as crianças. Elas passam a ficar
compromissadas com aquele que as deve vir buscar naquele horário e devolver,
como se fossem mercadoria.
É uma situação bastante incômoda para
as crianças. Por vezes, elas precisam rejeitar convites de amigos, excursões da
escola porque é o dia da visita.
Porque, afinal, se elas disserem ao
pai ou a mãe, cujo dia cabe a visita, que têm outros compromissos, sempre haverá
de soar para aquele cônjuge como maquinação do outro cônjuge, para impedir o
acesso aos filhos.
Também, por vezes, as crianças
prefeririam ficar em casa, chutar bola no gramado, assistir TV. Contudo, é a
hora do passeio e elas precisam ir.
O pai ou a mãe que as busca se sente,
por sua vez, na obrigação de fornecer um passeio diferente, inédito. Afinal, é
tão pouco tempo que têm juntos.
Mas os filhos não são consultados
sobre o que gostariam de fazer naquele final de semana, naquele feriado. Aos
poucos, o que deveria ser um agradável encontro com a parte ausente de suas
vidas, se torna um compromisso pesado.
Aquele dia está sempre compromissado
e é preciso atender a programação que é feita: passeio, lanche, conversa,
futebol, cinema.
Tudo com hora certa e marcada.
Delimitada. Precisa.
Quando a programação está excelente,
é preciso ser interrompida porque é hora do retorno. Sem chance de se alongar. A
hora está marcada.
Quando a programação não está muito
boa, é preciso aguentar até o fim.
Tudo isso acaba por ir deteriorando o
relacionamento dos filhos com os pais.
Natural seria que o casal, deixando
de lado as suas diferenças, pensasse mais nos filhos e se dispusesse, em clima
de boa vontade, a ceder um pouco cada um.
Tudo para facilitar a vida daqueles
que geraram e pelos quais são responsáveis.
Em vez de rigidez sistemática,
entendimento mútuo para flexibilidade de dias e horários de
visitas.
Com certeza, a má vontade que, por
vezes, os filhos demonstram desaparecerá, porque eles se sentirão mais livres
para usufruir, com todos os detalhes, a convivência com um e com outro, sem
pressões, sem traumas.
* * *
Os filhos são peças importantes do
matrimônio. Quando surge o rompimento do compromisso afetivo, o casal, se tem
filhos pequeninos, deve se voltar, acima de tudo, para essas aves ainda implumes
e as agasalhar sob as asas do entendimento e da ternura.
Desfeito o laço conjugal, não
renunciem os pais ao dever de amparar os filhos, em especial se esses filhos
ainda não atingiram a puberdade.
Por ser muito importante no progresso
e no aperfeiçoamento do Espírito a existência terrestre, não é lícito aos pais o
desprezo pelas necessidades dos seus filhos.
E essas necessidades englobam afeto,
respeito e proteção.
Redação do Momento Espírita, com
pensamentos finais do cap. 10 e do cap. 18, do livro Vida e sexo, pelo Espírito
Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Feb.
Em 12.09.2011.
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