segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Olá pessoal, já postei outras "Impressões Amazônica " do Dr. Altamiro, enviada pelo amigo Ambrogio. Acho muito interessante o trabalho desse médico e sua equipe. 
Espero que gostem e divulguem, é nossa história.
Angela


Mais uma vez estou enviando estas "Impressões Amazônicas" do meu amigo médico carioca Altamiro que vive lá com os Índios muita parte do ano.
Ambrogio

Amigos,

Inicio as Impressões com a notícia que mais uma vez as Impressões Amazônicas saíram por aí e romperam o espaço virtual do blog. Algumas fotos e um texto saíram na Revista Índio, sobre a questão indígena e que sempre recomendo. A versão integral está disponível em http://revistaindio.wordpress.com .

 Divulguem.

Depois recomendo o site do meu velho amigo de infância Henrique Manreza, que conheci em janeiro e que largou a selva paulista e o trabalho como fotojornalista para fotografar a felicidade na Amazônia – http://www.manreza.com.br/ser

E se as fotos não aparecerem, chequem em http://wp.me/PddFM-1n9

Abraços a todos, Altamiro


A damurida da Aldeia Flexal
- Doutor, vamos comer uma damurida amanhã?
- Comer, eu não sei se vou. Mas fotografar eu quero!
- Então vamos lá! Pra chegar ás sete!
- Sete da noite, Genésio?
- Não, Doutor! Sete da manhã!
Genésio é o Agente Indígena de Saúde. Damurida é o prato principal da cultura Macuxi. Caldo de pimenta às sete da manhã! Pra acordar o estômago! Bom apetite.
Cheguei cedo mas a galinha caipira já estava limpa, cortada em pedaços e mergulhada na água e pimenta. Fora isso, só sal.


- Mas pode usar tucupi. – Explica Eliane, esposa de Genésio.
Não tem tucupi. Tem pimenta. Muita pimenta. Um mosaico de formas, cores e ardência já enfeita a panela, dá gosto a carne e desafia nossa coragem: murupi, olho-de-peixe, malagueta, trótróimû e a campeã local, a canaimé. De tão “perigosa”, esta pequena e enrugada verdosa ganha nome do “coisa-ruim”, entidade talvez nem tão assustadora quanto a pimenta.



“bebe caxiri,
bebe macuxi.
come malagueta e come murupi,
quem sabe do sabor é indio macuxi”
O forró, da banda indígena Caxiri na Cuia, está na boca de todos em Roraima e confirma o que vamos experimentar. Da escadinha de dez filhos de Genésio e Eliane, oito estão lá. Mais a equipe de saúde e alguns vizinhos, logo a pequena varanda fica cheia de risos e crianças correndo. Chega mais gente e as brincadeiras sobre a resistência dos não-indígenas a damurida são as piadas da vez. Não existe nunca reunião fechada em aldeia. A solidão está sempre acompanhada.
Galinha cozida, lá vem a damurida – embora todos digam que “damurida de dia seguinte é mais gostosa”, mais encorpada. Para acompanhar farinha feita lá mesmo, grossa, amarela, servida na mão; beiju de tapioca, tradicional, seco no telhado; caxiri. Caxiri na cuia. Encorpado, de batata amarela, ainda pouco fermentado.














São sete e meia, Genésio, adventista, ora e agradece a Deus pela comida de cada dia. Daniel, dentista carioca, capitão reformado é o primeiro a se aventurar, digo, provar, mergulhando um pedaço da tapioca no caldo.
- Até que não arde tanto. – Exclama aliviado.

Genésio dá a dica.

- Molha da gordura do caldo. É lá que fica o ardor.

Não precisa. A damurida é como um concorde. Primeiro o avião depois o som. Quando você acha que não vai arder ela “bate”. Eu consegui até driblar a tal da “gordurinha ardosa”. Adiantou nada. Chorei com saudade de um copo de leite, receita infalível para a queimação.

O café-da-manhã foi completo. Para os não iniciados, frango frito. Para as crianças menores, o frango com caldo de damurida. Tem que se iniciar aos poucos. Para os adultos tapioca encharcada do caldo e a galinha da damurida. Sabor a cada mordida, esquentando, anestesiando, pinicando e por fim refrescando em uma onda de endorfina que só a pimenta consegue provocar. As sensações se fundem as do caxiri.














São 08:10h da manhã. O estômago não comemora – e treme de medo por saber dos inúmeros casos de gastrite por aqui – mas a alma está em festa. Obrigado Genésio. Obrigado Eliane. O dia já está ganho.















Resolvido: vou virar índio!
Será que você pode se tornar indígena? Acho que você nunca pensou nisso, não?
Pois é, mas descobri aqui em Roraima, entre os Macuxi uma aldeia, chamada Barata, onde o Tuxaua (cacique) se “chama” Carioca. Surfista, o meu conterrâneo saiu do Rio para surfar na pororoca, no Amapá. Gostou, foi ficando, viajando e acabou por aqui: na maloca, casado, com filhos nascidos e crescidos na comunidade e com aceitação de todos.
Parece estranho? Na verdade não é. Embora você não possa modificar sua ascendência e se dizer um índio “legítimo”, você pode ter aceitação social e comunitária, afinal, o que faz alguém ser ou não ser índio? Ao contrário do que imaginamos, especialmente no Sul e Sudeste, não é andar pelado e vestir cocar que faz com que alguém seja indígena. Não é nem mesmo falar uma língua diferente e morar no meio da selva. Para ser indígena é preciso se reconhecer como alguém de um grupo social tradicional e ser aceito como um igual entre eles. Seguir as tradições, crenças, hábitos deste grupo, sejam elas mais ou menos parecidas com as da sociedade ao redor. É partilhar a vida, dificuldades, comemorações, alimento e suor. Se de início pensamos nisso de forma preconceituosa, é só lembrar que, se migrarmos para outro país e aceitarmos suas leis, podemos até nos naturalizar, não é mesmo? Há brasileiros disputando Copas do Mundo por vários outros países. Schwarzenegger é nascido na Áustria e governou a Califórnia. No Brasil um estrangeiro naturalizado pode ser governador e ministro.
Então, porque não poderemos ser aceitos como indígenas? Claro que podemos.

Assim não me causa estranheza quando atendo um indígena chamado Atilo Nakamura. Simpático, além da curiosidade de um… digamos assim… desnecessário masculino para Átila, o sobrenome japonês me chamou atenção.

- Meu pai é japonês “nascido no Japão, Doutor”.

Mas Átilo nasceu na comunidade mesmo. O olho puxado não o difere dos demais indígenas e quando pergunto se tem vontade de visitar a terra dos familiares, logo me responde.

- Não quero não. Eu sou é macuxi. E lá tem muito terremoto.
Surpresa mesmo tenho ao atender Siliankof.

Para mim este seria um nome adequado para uma vodka. Mas Siliankof não é nem mesmo russo. Ele também é indígena Macuxi, nascido e criado em Roraima. Fiquei surpreso com o nome, tão diferente e perguntei o significado. Me disse que não sabia. Desconversei, mas depois de um tempinho voltei ao assunto e ele explicou:

- Doutor, eu era Sidinei. Aí, quando era época de ir para a escola meu pai foi tirar meus documentos e quando voltou, eu não me chamava mais Sidinei.
Assim Sidinei virou Siliankof. Fácil assim.











Hoje em nosso Distrito trabalham vários indígenas da etnia Pankararu, de Pernambuco. Em busca de outros horizontes eles buscam a mesma inserção no mercado que eu ou você. Eles não falam uma “língua materna”, como aliás, nenhum Pankararu hoje em dia, mas mantém várias tradições como o “menino do rancho” – ritual de iniciação dos meninos, a dança do Toré, e a crença nos encantados, representados na Terra pelos Praiá, mascarados que percorrem toda a aldeia cantando e dançando.






 Nosso agente de saúde Hernandes, Macuxi, versátil, corta o cabelo do “parente” Junior, Pankararu.
Michelle já trabalha conosco há muito tempo. Antes havia trabalhado com os Yanomami. Agora chegou seu irmão, Junior. Os dois nos contam muitas histórias de seu povo, da saudade de Pernambuco e do respeito pelo Sagrado. Para diminuir a saudade Junior acende o campiô, espécie de cachimbo que é fumado com uma mistura de ervas da caatinga, de cheiro bastante intenso. Nosso agente de saúde, Hernandes, Macuxi filho de mineiro e com nome espanhol, resolve experimentar e se assusta com o sabor forte. Nosso país realmente é pródigo, e nosso povo especial por aceitar, mesclar e miscigenar de forma única. Este aprendizado com a diferença me lembra uma frase que sempre me inspirou: “no momento em que aceitarmos todas as nossas diferenças, seremos finalmente iguais”. Seja igual você também!








campiô

domingo, 26 de fevereiro de 2012

CHORA PROFESSOR!!!... 
Todos sabem que tudo começa com VOCÊ, 
Até mesmo para se tornarem os maiores ladrões dos cofres públicos
AULA DE MATEMÁTICA


Hoje vou brincar de professor de matemática. Vou passar alguns problemas para vocês resolverem.
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Problema nº1

Um professor trabalha 5 horas diárias, 5 salas com 40 alunos cada. Quantos alunos ele atenderá por dia?

Resposta: 200 alunos dia.
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Se considerarmos 22 dias úteis. Quantos alunos ele atenderá por Mês?

Resposta: 4.400 alunos por mês.
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Consideremos que nenhum aluno faltou (hahaha) e, que em cada um deles, resolveram pagar ao professor com o dinheiro da pipoca do lanche: 0,80 centavos, diárias. Quanto é a fatura do professor por dia?

R: 160,00 reais diários.
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Se considerarmos 22 dias úteis. Quanto é faturamento mensal do mesmo professor?

R: Final do mês ele terá a faturado R$ 3.520,00.
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Problema nº2

O piso salarial é 1.187 reais, para o professor atender 4.400 alunos mensais. Quanto o professor fatura por cada atendimento?

Resposta: aproximadamente 0,27 mensais

(vixe, acham que valemos menos que o pacote de pipoca)... continuando os exercícios...
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Problema nº3

Um professor de padrão de vida simples,solteiro e numa cidade do interior, em atividade, tem as seguintes despesas mensais fixas e variáveis :

Sindicato: R$12,00reais

Aluguel: R$350,00reais (pra não viver confortável)

Água/energia elétrica: R$100,00 reais (usando o mínimo)

Acesso à internet: R$60,00 reais

Telefone: R$30,00 reais (com restrições de ligações)

Instituto de previdência: R$150,00 reais

Cesta básica: R$500,00 reais

Transporte: sem dinheiro

Roupas: promocionais

Quanto um professor gasta em um mês?

Total das despesas: R$1202,00

Qual o saldo mensal de um professor?

Saldo mensal: R$1187,00 - 1202= -15 reais, passando necessidades
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Agora eu te pergunto:

- Que dinheiro o professor terá para seu fim de semana?
- Quanto o professor poderá gastar com estudos, livros, revistas, etc.
- Quanto vale o trabalho de um professor??
- Isso é bom para o aluno???
- Isso é bom para a educação pública do Brasil??
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Agora olhem a pérola que o Sr. Governador do Ceará disse:

"Quem quiser dar aula faça isso por gosto, e não pelo salário.
Se quiser ganhar melhor, peça demissão e vá para o ensino privado"

Cid Gomes - Governador(_) do Ceará
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SE VOCÊ ACHA QUE O GOVERNADOR DEVE ABRIR MÃO DE SEU SALÁRIO E GOVERNAR POR AMOR, PASSE PARA A FRENTE!.
CAMPANHA

"Cid, doe seu SALÁRIO e governe por AMOR !"
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Vamos espalhar isso aos 4 ventos e aumentar a campanha:

DEPUTADOS FEDERAIS E ESTADUAIS, MINISTROS, DOEM SEUS SALÁRIOS E TRABALHEM POR AMOR!
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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

 Gêmeos relatam drama de perder a visão
 repentinamente por doença rara
 23/2/2012 14:25,  Por Redação, com BBC Brasil


Os gêmeos britânicos Michael e Daniel Smith, de 20 anos, estavam começando a vida universitária, quando repentinamente começaram a perder a visão.
Eles sofrem de uma rara doença genética incurável, a síndrome de Leber, que causa a morte das células no nervo ótico, impedindo o envio de informações entre os olhos e o cérebro.
Michael foi o primeiro a perceber que havia algo errado, logo depois da semana de calouros da escola de medicina que havia decidido cursar.
– Um dia, eu não conseguia mais ver os rostos das pessoas, ou as palavras na tela do projetor. A partir daí, a cada manhã, minha visão ficava muito pior. Em duas ou três semanas, perdi de 80 a 90% da minha visão, disse Michael à BBC.
Seu irmão gêmeo recebeu a notícia com surpresa.
– Michael e eu fomos inseparáveis por 19 anos até que nós dois saímos de casa para começar a universidade. Aí, apenas uma semana após nos separarmos, ele me telefona para dizer que algo estava estranho, ele não conseguia reconhecer as pessoas e não sabia o porquê, contou Daniel.
– Aquela conversa ainda me assombra. Os médicos acharam que ele tinha um tumor no cérebro, mas depois diagnosticaram a doença genética.
“Nuvem negra”
Daniel foi então informado de que, devido ao fato de eles serem gêmeos idênticos, ele tinha 60 a 70% de chance de também sofrer uma perda de visão.
– Foi muito difícil saber que uma nuvem negra estava pairando sobre a minha cabeça nos dois primeiros anos de universidade (de engenharia aeronáutica, em Bristol). Pelo menos agora, me sinto aliviado por saber onde estou, diz ele, que viu sua visão se deteriorar nos últimos três meses.
A síndrome de Leber normalmente se manifesta na adolescência ou juventude, mas em casos raros pode aparecer na infância ou mais tarde na vida adulta. Por razões desconhecidas, a doença aparece com mais frequência em homens que em mulheres.
Devido a sua raridade – apenas 150 pessoas sofrem da doença na Grã-Bretanha -, não há muitos estudos sobre a síndrome.
Bicicleta
Apesar das dificuldades causadas pela cegueira, os irmãos decidiram continuar seus estudos, mas Michael precisou abandonar a medicina para se dedicar à geografia, na Kings College London.
– Dez anos atrás, teríamos de abandonar a universidade, mas hoje há programas de computador e recebemos apoio para alunos com deficiências, então contamos com ajudantes durante a aula, disse Daniel à BBC.
Os gêmeos também vão pedalar 570 quilômetros, de Londres até Amsterdã, na Holanda, juntamente com outros ciclistas para arrecadar dinheiro para a ONG Blind in Business, que os ajudou desde o diagnóstico.
– Perder a visão tão jovem e ver meu irmão perdê-la também tornou necessário um processo intensivo de reabilitação, funcionalmente e emocionalmente, que colocou muita pressão na família.”
– O desafio de bicicleta é nossa forma de dizer ‘obrigado’ pela ajuda.

FONTE:
http://correiodobrasil.com.br/gemeos-relatam-drama-de-perder-a-visao-repentinamente-por-doenca-rara-2/386210/

Página do caminho

Para se lançar nas atividades do bem, não aguarde o companheiro perfeito.
A perfeição não costuma se fazer presente na rota dos seres em evolução.
Você esperava ansiosamente a criatura irmã para formar o lar mais ditoso.
Entretanto, o matrimônio lhe trouxe alguém a reclamar sacrifício e ternura.
Contava com seu filho para ser um amigo próximo e fiel, a compartilhar seus    sonhos e ideais.
Contudo, ele alcançou a mocidade e fez-se homem sem se interessar por seus projetos.
Você se amparava no companheiro de ideal, que lhe parecia digno e dedicado.
Mas, de um momento para o outro, a amizade pura degenerou em discórdia e indiferença.
Mantinha fé no orientador que parecia venerável, em suas palavras sábias e em seus atos convincentes.
No entanto, um dia ele caiu de modo formidável, arrastado por tentações de que não se preveniu a contento.
É compreensível e humana a dor de ver ruírem esperanças e relações.
Contudo, embora mais solitário, continue firme no trabalho edificante que lhe constitui o ideal.
Cada homem carrega consigo seus potenciais e dificuldades.
A queda e a deserção de um não justificam as de outro.
Sempre é possível mirar-se em quem cai e passa a rastejar.
Entretanto, convém antes pensar nos que seguem adiante, altivos e valorosos.
De um modo ou de outro, cada homem responde pelas consequências que gera.
Na hora de enfrentá-las, será de pouco conforto lembrar que outros também padecem pela adoção de semelhante conduta.
É normal desejar companheiros de ideais e afeições puras nas quais se fortaleça.
Mas, quase sempre, aqueles a quem você considera como os afetos mais doces possuem importantes fragilidades.
Deseja que sejam autênticos sustentáculos na luta, quando simbolizam tarefas que solicitam renúncia e amor de sua parte.
Se deseja viver no bem, não valorize o gelo da indiferença e o fel da incompreensão.
Lembre-se de que o coração mais belo que pulsou entre os homens respirava na multidão e seguia só.
Possuía legiões de Espíritos angélicos.
Mas aproveitou o concurso de amigos frágeis que O abandonaram na hora extrema.
Ajudava a todos e chorou sem ninguém.
Mas, ao carregar a cruz, no monte áspero, continuou a legar preciosas lições à Humanidade.
Ensinou que as asas da Imortalidade podem ser extraídas do fardo de aflição.
Também mostrou que, no território moral do bem, alma alguma caminha solitária.
Embora a aparente derrota no mundo, todas seguem amparadas por Deus rumo a destinos gloriosos.
Pense nisso.

Redação do Momento Espírita, com base no cap. 33, do livro 
Espírito da Verdade, por Espíritos diversos, psicografia de 

Francisco Cândido Xavier, ed. Feb.

Em 23.02.2012.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

 Porque Quarta-Feira de Cinzas?


Lavra o Antigo Testamento, no livro de Jó, que “os homens se cobriam de cinzas para exprimir sua dor e humilhação.”.
Quando a Igreja Católica adquiriu poder temporal, no primeiro dia da Quaresma os pecadores, ou penitentes, se apresentavam ao bispo, ou penitenciário (daí a designação de penitenciária à casa de detenção que serviria para os delinquentes purgarem os seus crimes) e pediam perdão pelos seus pecados.
Os penitentes se apresentavam ao bispo vestidos com um saco e com a cabeça coberta de cinzas, que representava a consciência da mortalidade, pois está escrito que "Memento homo quia pulvis es et in pulverem reverteris”, no vernáculo “Lembra-te, homem, que és pó e ao pó retornarás”.
Mais tarde, um dos mais sábios membros da Igreja, Santo Agostinho (para mim só superado por São Tomás de Aquino), tornou a cerimônia das cinzas uma obrigação de todos os cristãos, pois, segundo ele, todos somos pecadores.
A quarta-feira de cinzas, portanto, é o dia em que nos devemos prostrar aos pés do Criador e pedir perdão pelos nossos pecados, com a cabeça coberta de cinzas, para que jamais esqueçamos que somos pó.
Como não mais é costume cobrir a cabeça com as cinzas, o celebrante, com o dedo polegar envolto em cinzas, faz o sinal da cruz na testa do penitente, que só pode lavar após o meio dia, daí porque, regra geral, o feriado do carnaval terminae ao meio-dia da quarta-feira

Fonte: 
http://papeandoeconversando.blogspot.com/2012/02/porque-quarta-feira-de-cinzas.htm
http://pjpontes.blogspot.com/2012/02/pra-tudo-se-acabar-na-quarta-feira.html

domingo, 19 de fevereiro de 2012


Alamar Régis Carvalho

O Espiritismo e o Carnaval

Começo este artigo deixando bem claro que não sou adepto do carnaval, não brinco carnaval, não sou mestre sala de escola de samba nenhuma, não tenho negócio com nada que diga respeito ao carnaval, enfim, não tenho envolvimento nem ligação nenhuma com carnaval. Apenas quero dar uma sugestão: Que tal analisarmos esta questão com o uso da racionalidade?
Creio não ser necessário repetir para que o meu leitor não se deixe envolver pela opinião do escritor, pelo fato de gostar dele, mas também sugiro que ninguém tire conclusão final sobre nada, por opinião de artigos de ninguém muito menos pelas “bondades” e “superioridades” espirituais do Seu Manoel ou Dona Raimunda qualquer, dirigente do Centro Espírita onde freqüenta.
Que esses pontos de vistas sejam utilizados apenas como instrumentos para AJUDAR a tirar sua conclusão, tudo bem, mas subestimar a sua própria inteligência e determinar como verdade o ponto de vista de um ou de outro, não condiz com o estilo de espírita que pensa.
Eu já escrevi sobre este assunto em outras ocasiões, mas acho que vale a pena repetir, posto que todo ano, quando a época se aproxima, muita gente volta a escrever, muito se fala no assunto nas tribunas dos centros e o tema volta a ser foco.
Quero começar abordando um fato

Condenações religiosas de fatos
O que quero dizer com isto?
É que existem verdadeiros dogmas, em todas as religiões, acerca de determinados assuntos que normalmente são condenados, sem que se encontre uma justificativa forte e consistente para as condenações. Afinal de contas, condenar é um dos verbos aplicados no âmbito religioso. Não existe, na sociedade humana, agregação que mais estabelece condenações que o segmento religioso, inclusive o espírita.
O sexo é condenado, a nudez é condenada, o fato de uma pessoa dar gargalhadas é algo condenado e até a alegria, por incrível que pareça, recebe condenações.
A mente estreita humana, exatamente pelo fato de ser estreita e por não ter capacidade para se aprofundar em nada, sempre condena a COISA em si, quando na realidade deveria restringir a tal coisa somente em DETERMINADAS SITUAÇÕES ou DETERMINADAS CIRCUNSTÂNCIAS, mesmo assim se essas situações ou circunstâncias de fato existirem, depois de uma análise, um estudo ou uma investigação criteriosa acerca dos fatos em si.
Condenar o sal, na comida, porque o excesso de sal faz mal, é de uma burrice sem tamanho, do mesmo jeito condenar o açúcar, por causa do mal que faz o excesso.
É impressionante como muitas pessoas não conseguem fazer diferença entra a coisa em si e o excesso da coisa. (estou coisificando demais o artigo, mas acho que se faz necessário).
Não é sem razão que a Ciência chegou à conclusão de que o homem não chega a utilizar nem 5% da capacidade do seu cérebro e que alguns não chegam a usar nem 3%.
É verdade, a maioria das pessoas tem preguiça de exercer a capacidade de pensar e de raciocinar e em nosso meio espírita, isto ocorre muito também, visto que estamos inseridos no universo humano.
Inclusive peço a alguns leitores, precipitados, que afastem de si a mania de querer tirar conclusões sobre um artigo logo nos seus primeiros parágrafos, o que é, aliás, uma característica do preguiçoso mental, exatamente aquele que está inserido no universo dos 3% que falei.
De vez em quando recebo algumas respostas do tipo: “Você está se achando o único inteligente, e todo mundo é burro”, o que também caracteriza o cérebro de minhoca do precipitado.
Não tem nada a ver. Um escritor, que gosta de exercitar a sua mente, assim como muitas pessoas gostam de exercitar as suas pernas, braços e músculos numa academia de ginástica, quer apenas levar o produto das suas buscas e o seu estilo de ver as coisas, para as pessoas outras, a fim de que elas apenas experimentem, para ver se vale a pena ou se tem fundamento as argumentações utilizadas.
Toda condenação é burra e a religiosa não fica atrás disto, principalmente a condenação precipitada e a preconceituosa.
Já escrevi em outras oportunidades e volto a afirmar que todo espírita deve procurar conhecer melhor o Allan Kardec, para perceber melhor a excelência da sua mente e da sua inteligência, quando observará que ele nunca foi de condenar absolutamente nada, daí estar bem distante daquilo que maioria do movimento espírita pratica.
Qualquer pessoa sensata sabe que existe, por exemplo, uma diferença enorme entra a prática do sexo e o mau uso do sexo. Muitos condenam a prática do sexo, de forma generalizada, o que é um absurdo, quando as restrições deveriam ser em relação ao mau uso, assim com mau uso de qualquer outra prática, inclusive alimentar. É aquilo que eu disse anterior: A coisa é uma coisa, o excesso da coisa é outra totalmente diferente.
Só que a inteligência atrofiada não consegue alcançar essa diferença, a mente medíocre não consegue se aprofundar em nada e é habituada a formar os seu conceitos na visão apenas superficial das coisas.
Vejamos, então, à questão do Carnaval
O que é o Carnaval?
É um período de datas, no ano, que as pessoas escolhem para fazer festas, do mesmo jeito que escolhem períodos para comemorar as festas natalinas, juninas, comemorações religiosas e vários outros eventos que todo mundo conhece.
Dizem que no carnaval há muito consumo de bebidas alcoólicas. Nas festas juninas, também, isto acontece e o consumo, principalmente de cachaça, é gigantesco. Nas festas natalinas também as pessoas enchem os “buchos” e bebem muito, quando o time de futebol ganha as pessoa bebem para comemorar e quando perdem também bebem.
O problema da bebida não está em uma festa em si e sim no vício de quem é alcoólatra, que não reserva apenas o período do carnaval para beber, bebe o ano inteiro.
Há, mas no carnaval há também muito sexo.
Em princípio é repugnante, insensato e ridículo essa mania da religião continuar condenando o sexo, condenação esta que não se verifica apenas no carnaval, mas é uma cultura estabelecida, embora uma cultura maluca, idiota e descabida.
Vamos que se queira falar então em excesso de sexo, em sexo como vício, sexo por interesses, sexo por pressão ou por chantagem... aí sim, que a restrição deveria ser aplica e o repúdio teria justificativa.
Mas sexo por vício acontece o ano inteiro, por quem tem vício nele; sexo por pressão, por interesse e por chantagem também acontecem o ano inteiro, os motéis tem rotatividade o ano inteiro, gente fazendo sexo em carros acontecem o ano inteiro. E daí?
Mas os desfiles de carnaval mostram mulheres semi-nuas.
Uai, mas as praias e piscinas, também, durante o ano inteiro, mostram mulheres semi-nuas, com noventa e nove por cento da bunda de fora e apenas parte dos órgão genitais cobertos por um pedacinho de tecido dos biquínis que, também, só cobrem os biquinhos dos seios. Quem é que condena as praias e as piscinas?
Vários programas de televisão mostram mulheres de biquínis...
Afinal de contas, o que é que ocorre no carnaval que já não ocorre o ano inteiro?
Mas existe a condenação ao carnaval, inclusive na casa espírita.
Já ouvi várias vezes palestrantes afirmarem que obsessores atuam no carnaval, que se fazem presentes nos locais onde as festas são realizadas, nos trios elétricos, nas avenidas onde os desfiles são realizados... etc.
Será?
Vamos raciocinar:
Obsessor, quando quer prejudicar alguém, ele se limita a datas e a períodos do ano?
Se estudos mais criteriosos definem que o obsessor atua na pessoa quando a sua mente está vibrando na sua mesma freqüência, obviamente quando as pessoas vivem no mal, planejam fazer mal aos outros, vivem negativas e pessimistas, só pensam mal dos outros, só vêem maldade nas pessoas e nas coisas, será que é mesmo nas avenidas onde se realizam os desfiles de carnaval que eles vão encontrar essa sintonia?
Sinceramente: Você acha que as pessoas que vão para as arquibancadas dos sambódromos, ver os desfiles das escolas de samba, necessariamente estão pensando em fazer mal a alguém, planejando assaltar ou prejudicar alguém?
Que a sua inteligência responda.
É óbvio que a realidade não é esta. Quem vai ver desfile de escola de samba vai para ver a beleza das alegorias e das fantasias, vai querer ver pessoas famosas ao vivo e de perto, vai querer se sacudir e extravasar as tensões do dia-a-dia.
Como é que alguém pode, em são consciência, vincular isto necessariamente a obsessão?
Será que essas pessoas estudaram mesmo o Livro dos Médiuns e os diversos livros que falam das obsessões?
Fique, você, no lugar do obsessor. Faz de conta que você é ele, o obsessor, que morre de raiva de alguém, sabe que pode usar da sua invisibilidade e atuar na vida desse alguém o tempo todo, a hora que quiser, de manhã, de tarde e de noite, até mesmo de madrugada, durante a sua tentativa de dormir, você iria ficar esperando pelo mês de fevereiro de cada ano para poder exercer a sua influência nessa pessoa?
Já que a proposta é de pensar raciocinando, vamos a outros questionamentos:
O que é mais propício a obsessores, uma avenida de desfiles de escola de sambas, onde tem pessoas alegres, felizes, sorrindo, se divertindo, dançando e vendo coisas bonitas ou no lar de gente fofoqueira, costumeira a viver de mau humor, brigando com todos dentro de casa, invejosa, ciumenta, chantagista e de mal com a vida?
A obsessão existe mais na avenida ou nos ambientes religiosos onde impera a fofoca, a intriga, a ciumeira, os boicotes, as disputas por cargos e o baixo astral de muitos?
Onde existe mais obsessão, na avenida dos desfiles ou na mente poluída e armada de muita gente que tem o hábito de viver condenando tudo, vendo maldade em tudo, vendo podridão em tudo.
Sinceramente, meu amigo e minha amiga, você acha que gente que possui esse perfil tem mesmo paz, está bem consigo mesma e está envolvida pelos mentores mais evoluídos do mundo espiritual, a ponto de ter tanta moral assim para definir onde tem e onde não tem obsessão?
Onde é que está, de fato, a maldade que atrai a obsessão?
A doutrina espírita nos ensina que Céu e Inferno não existem, que uma coisa ou outra dependem do estado de espírito da criatura, que eu posso estar num inferno de sofrimento dentro de casa, enquanto na mesma casa onde eu resido pode ter uma outra pessoa vivendo no céu.
Ora, porque o inferno estaria localizado exatamente nas avenidas das pessoas que estão alegres e não dentro dos próprios lares dos que gostam de julgar os outros, de ver maldade em tudo?
Não é preciso você se deixar levar pela opinião do Alamar não, basta que você bote a sua cabeça para raciocinar naquilo que a própria doutrina espírita nos ensina.
Se você acha que a hipocrisia de muitos os imune de obsessão e que ela está apenas em pessoas que são autênticas e que sabem viver as suas vidas felizes, posso assegurar que você está em equívoco. Quem vê cara não vê coração, é o que diz o velho ditado.
Parabéns, José Medrado, por você exercer a sua liberdade, por exigir respeito ao seu livre arbítrio, por desenvolver o seu alto astral sem se submeter à língua de ninguém e ter coragem de subir no trio elétrico da Ivete Sangalo, numa boa, fazendo pessoas felizes com a sua presença, sem se embriagar, sem comprometer a sua consciência e sem abrir mão com o seu compromisso de fazer o bem às pessoas.
O meu carinhoso abraço aos inúmeros amigos espíritas que gostam do carnaval, que se divirtam neste período e que continuem felizes e fazendo os outros felizes.
Abração

Alamar Régis Carvalho
www.alamarregis.com


Ah, tem outra coisa: Você, que gosta do Alamar, dê uma entradinha no site da Rede Visão e se cadastre lá, como amigo do Alamar. É fácil, basta clicar em CADASTRE-SE AQUI, que está logo ao lado esquerdo do site, coloque o seu email lá que o sistema vai verificar se já consta os seus dados em nosso arquivo. Se tiver, esses dados vão aparecer e você poderá completar as outras informações que pedem lá, com objetivos de estatística apenas. Se você já recebe emails do Alamar, com certeza já consta. Mesmo assim pedimos para que entre lá, a fim de atualizar as informações. 



sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012


O “corpo de dor”
ECKHART TOLLE


No caso da maioria das pessoas, quase todos os pensamentos costumam ser involuntários, automáticos e repetitivos. Não são mais do que uma espécie de estática mental e não satisfazem nenhum propósito verdadeiro. Num sentido estrito, não pensamos- o pensamento acontece em nós.

“Eu penso” é uma afirmação simplesmente tão falsa quanto “eu faço a digestão” ou “eu faço meu sangue circular”. A digestão acontece, a circulação acontece, o pensamento acontece.

A voz na nossa cabeça tem vida própria. A maioria de nós está à mercê dela; as pessoas vivem possuídas pelo pensamento, pela mente. E, uma vez que a mente é condicionada pelo passado, então somos forçados a reinterpretá-lo sem parar. O termo oriental para isso é carma.
O ego não é apenas a mente não observada, a voz na cabeça que finge ser nós, mas também as emoções não observadas que constituem as reações do corpo ao que essa voz diz.
A voz na cabeça conta ao corpo uma história em que ele acredita e à qual reage. Essas reações são as emoções.
A voz do ego perturba continuamente o estado natural de bem-estar do ser. Quase todo corpo humano se encontra sob grande tensão e estresse, mas não porque esteja sendo ameaçado por algum fator externo- a ameaça vem da mente.
O que é uma emoção negativa? É aquela que é tóxica para o corpo e interfere no seu equilíbrio e funcionamento harmonioso.
Medo, ansiedade, raiva, ressentimento, tristeza, rancor ou desgosto intenso, ciúme, inveja- tudo isso perturba o fluxo da energia pelo corpo, afeta o coração, o sistema imunológico, a digestão, a produção de hormônios, e assim por diante. Até mesmo a medicina tradicional, que ainda sabe muito pouco sobre como o ego funciona, está começando a reconhecer a ligação entre os estados emocionais negativos e as doenças físicas. Uma emoção que prejudica nosso corpo também contamina as pessoas com quem temos contato e, indiretamente, por um processo de reação em cadeia, um incontável número de indivíduos com quem nunca nos encontramos. Existe um termo genérico para todas as emoções negativas: infelicidade.
Por causa da tendência humana de perpetuar emoções antigas, quase todo mundo carrega no seu campo energético um acúmulo de antigas dores emocionais, que chamamos de “corpo de dor”.
O “corpo de dor” não consegue digerir um pensamento feliz. Ele só tem capacidade para consumir os pensamentos negativos porque apenas esses são compatíveis com seu próprio campo de energia.
Não é que sejamos incapazes de deter o turbilhão de pensamentos negativos- o mais provável é que nos falte vontade de interromper seu curso. Isso acontece porque, nesse ponto, o “corpo de dor” está vivendo por nosso intermédio, fingindo ser nós. E, para ele, a dor é prazer. Ele devora ansiosamente todos os pensamentos negativos.
Nos relacionamentos íntimos, os “corpos de dor” costumam ser espertos o bastante para permanecer discretos até que as duas pessoas comecem a viver juntas e, de preferência, assinem um contrato comprometendo-se a ficar unidas pelo resto da vida.
Nós não nos casamos apenas com uma mulher ou com um homem, também nos casamos com o “corpo de dor” dessa pessoa.
Pode ser um verdadeiro choque quando- talvez não muito tempo depois de começarmos a viver sob o mesmo teto ou após a lua-de-mel – vemos que nosso parceiro ou nossa parceira está exibindo uma personalidade totalmente diferente. Sua voz se torna mais áspera ou aguda quando nos acusa, nos culpa ou grita conosco, em geral por uma questão de menor importância.
A essa altura, podemos nos perguntar se essa é a verdadeira face daquela pessoa – a que nunca tínhamos visto antes- e se cometemos um grande erro quando a escolhemos como companheira. Na realidade, essa não é sua face genuína, apenas o “corpo de dor” que assumiu temporariamente o controle.
Seria difícil encontrar um parceiro ou uma parceira que não carregasse um “corpo de dor”, no entanto seria sensato escolher alguém que não tivesse um “corpo de dor” tão denso. O começo da nossa libertação do “corpo de dor” está primeiramente na compreensão de que o temos.
É nossa presença consciente que rompe a identificação com o “corpo de dor”. Quando não nos identificamos mais com ele, o “corpo de dor” torna-se incapaz de controlar nossos pensamentos e, assim, não consegue se renovar, pois deixa de se alimentar deles. Na maioria dos casos, ele não se dissipa imediatamente.
No entanto, assim que desfazemos sua ligação com nosso pensamento, ele começa a perder energia.
A energia que estava presa no “corpo de dor” muda sua freqüência vibracional e é convertida em “presença”.

Eckhart Tolle, pseudônimo de Ulrich Tolle (Alemanha, 1948) é professor de espiritualidade contemporâneo, considerado mestre e conselheiro espiritual, obteve maior destaque em seu primeiro livro O Poder do agora, reconhecido como grande escritor sobre espiritualidade.