Página do caminho
Para se lançar nas
atividades do bem, não aguarde o companheiro perfeito.
A perfeição não costuma se
fazer presente na rota dos seres em evolução.
Você esperava ansiosamente
a criatura irmã para formar o lar mais ditoso.
Entretanto, o matrimônio
lhe trouxe alguém a reclamar sacrifício e ternura.
Contava com seu filho para
ser um amigo próximo e fiel, a compartilhar seus sonhos e ideais.
Contudo, ele alcançou a
mocidade e fez-se homem sem se interessar por seus projetos.
Você se amparava no
companheiro de ideal, que lhe parecia digno e dedicado.
Mas, de um momento para o
outro, a amizade pura degenerou em discórdia e indiferença.
Mantinha fé no orientador
que parecia venerável, em suas palavras sábias e em seus atos convincentes.
No entanto, um dia ele
caiu de modo formidável, arrastado por tentações de que não se preveniu a
contento.
É compreensível e humana a
dor de ver ruírem esperanças e relações.
Contudo, embora mais
solitário, continue firme no trabalho edificante que lhe constitui o ideal.
Cada homem carrega consigo
seus potenciais e dificuldades.
A queda e a deserção de um
não justificam as de outro.
Sempre é possível mirar-se
em quem cai e passa a rastejar.
Entretanto, convém antes
pensar nos que seguem adiante, altivos e valorosos.
De um modo ou de outro,
cada homem responde pelas consequências que gera.
Na hora de enfrentá-las,
será de pouco conforto lembrar que outros também padecem pela adoção de
semelhante conduta.
É normal desejar
companheiros de ideais e afeições puras nas quais se fortaleça.
Mas, quase sempre, aqueles
a quem você considera como os afetos mais doces possuem importantes
fragilidades.
Deseja que sejam
autênticos sustentáculos na luta, quando simbolizam tarefas que solicitam
renúncia e amor de sua parte.
Se deseja viver no bem,
não valorize o gelo da indiferença e o fel da incompreensão.
Lembre-se de que o coração
mais belo que pulsou entre os homens respirava na multidão e seguia só.
Possuía legiões de
Espíritos angélicos.
Mas aproveitou o concurso
de amigos frágeis que O abandonaram na hora extrema.
Ajudava a todos e chorou
sem ninguém.
Mas, ao carregar a cruz,
no monte áspero, continuou a legar preciosas lições à Humanidade.
Ensinou que as asas da
Imortalidade podem ser extraídas do fardo de aflição.
Também mostrou que, no
território moral do bem, alma alguma caminha solitária.
Embora a aparente derrota
no mundo, todas seguem amparadas por Deus rumo a destinos gloriosos.
Pense nisso.
Redação do Momento Espírita, com base
no cap. 33, do livro
O Espírito da Verdade, por
Espíritos diversos, psicografia de
Francisco Cândido Xavier, ed.
Feb.
Em
23.02.2012.
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