Internet
apavora a velha mídia
Por Altamiro Borges
Não é apenas a revista
Veja, denunciada por suas ligações com a quadrilha de Carlinhos Cachoeira, que
está desesperada com os “insetos”, “robôs” e “petralhas amestrados” das redes
sociais. Toda a velha mídia, no Brasil e no mundo, teme o vertiginoso
crescimento da internet. Um estudo recente confirma que o seu modelo de
negócios está em declínio acelerado.
Estimativas
apresentadas na semana passada pela seccional brasileira da agência Interactive
Advertising Bureau (IAB) indicam que os jornalões serão superados pela internet
como mídia mais acessada até o final deste ano. Mas não são somente os veículos
impressos que perderão publicidade e terão o seu faturamento reduzido. As
emissoras de televisão também sofrerão abalos.
Menos tempo diante da
TV
Segundo Fabio Coelho,
presidente do IAB-Brasil e também da filial do Google, em 2012 o meio digital
crescerá 39%, fechando o ano com 13,7% de participação no mercado de
comunicação e faturamento na casa dos R$ 4,7 bilhões. No ano passado, a web
representava 11% do bolo publicitário. Para ele, a internet é “um mercado
pujante”, que irá superar rapidamente as outras mídias.
O estudo da IAB,
intitulado “Brasil Conectado: Hábitos de Consumo de Mídia”, aponta a existência
de 80 milhões de internautas no país, dos quais 49% pertencem às chamadas
classes C, D e E. Na rotina dos brasileiros, a internet já é considerada o meio
mais importante para 82% dos 2.075 entrevistados. Mais de 40% deles passam,
pelo menos, duas horas por dia navegando na rede, enquanto apenas 25% gastam o
mesmo tempo assistindo TV.
“No limiar de uma
grande transformação”
A internet aparece como
a atividade preferida por todas as faixas etárias, de renda, gênero e região
quando se tem pouco tempo livre, somando 62%. Em casa, a web é acessada pela
manhã, quando 69% se conectam, 78% acessam à tarde e 73% à noite. Ela também é
a mídia mais popular nos locais de trabalho, escola, restaurantes, shoppings e
na casa de amigos.
“Todos os dados
confirmam a expansão do mercado, que tende a se acentuar com as iniciativas de
ampliação do acesso a banda larga e também ao aumento da base de smartphones.
Estamos apenas no limiar de uma grande transformação”, garantiu Fabio Coelho,
presidente do IAB, ao jornal O Globo.
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