Alamar é amigo querido, que sempre escreve coisas que gosto muito...e esta matéria achei muito boa, verdadeira e até divertida.
Um grande abraço Alamar
Angela Carrera
Angela Carrera
Um
país que estimula o alcoolismo
Pode parecer uma
apelação, este título que coloco nesta matéria, mas, diante da realidade que
vivemos em nosso país, peço que você analise com isenção o que escrevo aqui e
diga se é apelação.
É impressionante a
cultura que o Brasil tem de incentivar o alcoolismo, apesar da desgraça que ele
proporciona todos os dias, tragédias atrás de tragédias, lares enlutados,
famílias destruídas e tanta tristeza, mostrada diariamente pelos telejornais da
televisão e pela imprensa em geral.
Recentemente eu vi o
Jornal Nacional mostrar a Presidente Dilma, em visita aos Estados Unidos,
diante do Presidente Barack Obama, apresentando um produto brasileiro, em um
momento em que o mundo tem voltado as atenções para o nosso país.
Que produto era aquele?
A CACHAÇA!!!!!
Gente, que me desculpe,
mas eu não sei se sou eu que tenho um parafuso fouxo, se sou eu o desajustado
ou se é o país que está mesmo num processo de inversão de valores, na exposição
do ridículo.
Pelo amor de Deus,
diante de tanta coisa boa que este Brasil produz, diante de tanta coisa útil
que pode exportar para o mundo, como pode a nossa Presidente da República dar
ênfase logo para a praga da cachaça?
É como se dissesse: Nós
temos produto para embriagar as pessoas de todos os países e promover muitas
desgraças nos lares.
Imaginemos a cena, com
o Evo Morales sentado na Casa Branca, ao lado do mais poderoso homem do mundo,
anunciando a cocaína, o produto orgulho do seu país?
Aí os hipócritas de plantão,
na contramão da sensatez, vêm querer interpelar:
- Peraí, Alamar, agora
você já está apelando. Comparar cocaína com cachaça é o fim da picada.
Éhhhh, gente, os
defensores do alcoolismo assim como os defensores do cigarro, têm essa mania de
considerar esses vícios, terríveis, como drogas lícitas e até leves.
Lícitas? Leves?
É claro que a cocaína é
uma desgraça também, mas o que é que causa mais desgraças e tragédias, conforme
apontam todas as estatísticas, a cocaína ou o alcoolismo? Não tem nem
comparação, a diferença é enorme. Vejam quantos milhares de brasileiros morrem
por ano, em decorrência do alcoolismo e veja quantos morrem por causa da
porcaria da cocaína.
É preciso que a
sociedade repense esse tratamento maluco que ela dá a esse vício terrível.
Aí fica esse festival
sem vergonha de cinismo social:
Eu gosto de tomar minha
cachacinha, antes do almoço.
Adoro minha cervejinha
nos finais de semana.
Não dispenso um
wiskyzinho com os amigos.
Aí você visita certas
residências e, qual é a parte da casa que as pessoas mais têm prazer em
apresentar para os amigos?
O barzinho!!! E fazem
questão de apresentar garrafa por garrafa, com um orgulho enorme, em dizer que
aquela do rótulo dourado é 12 anos, ou outro é importado da Alemanha... etc.
etc. etc...
E depois vêm as
tragediazinhas, os bêbadozinhos dirigindo os seus carrinhos, atropelando e
matando as suas vitimazinhas, para depois contratarem um advogadozinho para,
descaradamente, negar que ele estava bêbado, na prática da vergonhosa mentira
jurídica que faz com que juízes ridículos e insensatos punam apenas com cestas
básicas, livrando verdadeiros criminosos e assassinos da cadeia.
Como são brandas as
penas para assassinos bêbados.
Que país mais sem
vergonha, o nosso!
Vocês já viram que
coisa mais ridícula a lei brasileira, em relação ao bafômetro?
Pra começar, é um instrumento
que governo nenhum, federal, estadual ou municipal faz a menor questão de
investir. Não dá dividendos políticos e não traz arrecadação.
Bando de canalhas. Só
investem, e como investem, em caríssimas instalações de câmeras para multar
veículos, na vergonhosa mania de extorsão da população brasileira, com essa
ridícula indústria das multas, onde muitos ganham por fora.
Ainda vem com a cara de
pau mais cínica do mundo, querer justificar que o objetivo é “educar o
trânsito”, como se os mais graves e mais trágicos problemas de trânsito fossem
os estacionamentos sem pagar a praga da zona azul, o dirigir um pouco acima da
velocidade determinada, a falta do uso do cinto e outros detalhezinhos mais. A
sigla SET, em São Paulo, por exemplo, significa “Sistema de Extorsão no
Trânsito”.
Ora, praga, a grande
maioria dos índices de acidentes de trânsito ocorre exatamente por conta da
embriaguês alcoólica.
Por que esse detalhe
não é punido com o rigor que deveria ser?
Ainda vem uma
legislação, que, no auge da burrice nacional, determina que ninguém é obrigado
a soprar no bafômetro, sob a argumentação de que ninguém é obrigado a construir
provas contra si mesmo, em mais uma vergonhosa e estúpida demonstração de que o
país adora mesmo proteger o alcoolismo.
Se houvesse bom senso e
dignidade na lei, o que já teriam feito?
Inverter a razão do
sopro ao bafômetro: Em vez da necessidade de soprá-lo para provar que estava
embriagado, pelo contrário, as autoridades deveriam determinar que a pessoa,
acusada de estar bêbada ao volante, deveria soprar para provar que NÃO estava
bêbada e que não havia álcool no seu sangue.
Por que não fazem isto?
Todo motorista
envolvido em acidente, que de fato não estivesse embriagado, faria questão, por
interesse próprio, de procurar o policial e pedir o bafômetro para soprar,
porque aquele laudo serviria para a sua defesa, e não prova contra si próprio,
pelo menos quanto ao aspecto do alcoolismo ao volante.
Está na cara que todo
indivíduo que se nega a soprar um bafômetro, com certeza absoluta está
implicitamente confessando que estava dirigindo bêbado mesmo, pois, em caso
contrário, jamais se recusaria a tal procedimento, se de fato não tivesse
bebido.
Você, que acompanha a
televisão, já deve ter se cansado de ver, nos telejornais, inúmeras tragédias
de assassinos que matam dirigindo bêbados e todas as reportagens
invariavelmente dão o nome do criminoso, nome da cidade, data do acidente e
nome da vítima. Vou lhe dar uma sugestão, embora não seja nada agradável da
gente fazer e dá um trabalhão danado, mas que serve para observar a realidade
dos fatos.
Pegue um caderno, ou
mesmo o seu computador, e anote esses dados. Vá anotando, vá colecionando os
casos e, depois de um ano, mais ou menos, você terá algumas centenas de casos
registrados.
Depois comece a
pesquisar, caso a caso, como ficou, já que temos hoje a internet, que é
excelente para este tipo de coisa.
Sinto em lhe dizer que
você vai sentir uma amargura enorme e uma decepção terrível com o seu país,
pois constatará que quase todos estarão fora da cadeia. Deu pra ler direito? Eu
disse e repito que você vai perceber que quase todos estão fora da cadeia, não
é só a maioria não, é quase todos!
O bêbado ainda debocha,
na cara do repórter e do policial. Ele sabe que nada vai acontecer com ele.
É quando vai saber que
a famosa ação do “o advogado nega”, muito comum no Brasil, fez com que a praga
da JU$TI$$A brasileira se limitasse a condenar com cestas básicas, a usar o tal
argumento do “é réu primário”, do “tem residência fixa”, do “pode responder em
liberdade” e sempre a aplicação do descarado jeitinho brasileiro.
Em contra partida, vai
ver casos como aquele da Dona Luiza Rodrigues Pereira, aquela velhinha de 74
anos, de Vianópolis, interior de Goiás, aposentada, que ganha apenas um salário
mínimo, ser colocada atrás das grades, porque não teve condições de pagar pensão
alimentícia para netos, (foto ao lado). Assim como outros estão presos porque
roubaram 250 gramas de margarina num supermercado; outro preso, para atender
aos interesses dos bancos, acusado de infiel depositário, etc... Esses não têm
chances de responder em liberdade, não tem chance de pagar com cestas básicas e
não tem juiz que leve em consideração quando “o advogado nega”.
Até quando a
magistratura brasileira vai viver fingindo ingenuidade, a não entender uma
coisa desta?
Por que os legisladores
brasileiros não mudam a lei que vige no País?
Por que aos finais de
semanas, os senhores deputados e senadores também se reúnem para o wiskyzinho
com os amigos e saem, também, eles, as suas peruas esposas e os seus filhos,
dirigindo bêbados.
A cultura da proteção
ao alcoolismo vem de muito tempo, no Brasil e no mundo.
A própria Bíblia já
ensina que encher a cara e fazer besteiras é algo normal e que ninguém deve dar
tanta importância, como o exemplo de Noé, que totalmente bêbado, resolve ficar
nu diante da esposa dos seus filhos e ainda amaldiçoa um deles, que resolveu
reclamar por tamanho ridículo, e ainda era protegido de Deus, mesmo agindo
daquela forma.
Durante muito tempo os
pais, no extremo do ridículo, faziam questão de incentivar que o seu filho,
homem, tomasse bebida alcoólica, para “provar”, para os outros, que era macho.
Por incrível que pareça existem registros de pais que colocam um pouco de
cachaça na mamadeira do bebê, morrendo de rir, afirmando para os outros “este
aqui é homem, no duro”.
Numa festa, quando
alguém está bêbado, todo mundo morre de rir, acha engraçado.
Quando alguém conta que
pegou um porre, em determinado momento, todo mundo que está ao lado fica
escutando o relato, ri muito, como um monte de hienas irracionais, acha bonito
aquilo e vê o fato como algo interessante, sem problema nenhum.
O jovem adora dizer
“tomei todas que tinha lá”, e todos os outros adolescentes, ao seu redor,
morrem de rir, porque o vêem como se fosse um herói, quando na verdade é um
herói do ridículo e da imbecilidade.
Conheço vários casos de
amigas que, quando namoravam, sabiam que o cara era alcoólatra, era viciado, e,
mesmo alertadas do que poderia advir no futuro, enganando a elas mesmas diziam:
- “Ah, você também
exagera em tudo. Ele só bebe socialmente. Eu o amo, é o homem da minha vida e
eu sei muito bem o que quero pra mim”.
Hoje estão entrando na
porrada, na prática comum das agressões domésticas que a embriaguês
proporciona, e não têm coragem nem de dar parte numa delegacia de polícia,
invocando a Lei Maria da Penha, porque são imbecis que dizem “Não quero acabar
o meu casamento”. Grandes coisas.
E ainda tem o outro
sério problema, que é a carência íntima, já que o desempenho sexual já foi pra
cucuia também, há muito tempo.
Mas mantém a cultura
masoquista de preferir viver num inferno, a sua vida inteira, pra poder
continuar ostentando para as outras, que tem um marido. O que tem, muitas
vezes, é um verdadeiro animal dentro de casa, mas chama de marido.
Têm outras que se pegam
em bobagens religiosas:
- “O que Deus juntou, o
homem não deve separar”.
Misericórdia! Que Deus
é esse seu, que te junta com uma praga dessa, peste? Deixe de ser burra.
Têm outras que, também
na expressão do ridículo, dizem:
- “Me disseram que eu
tenho compromisso com ele, de outras encarnações, e que eu tenho que suportar,
porque este é o meu carma”
É outra idiota que não
sabe o que está dizendo. Faz a merda dela aqui, sabia que o bicho era um
alcoólatra, desde os tempos de namoro, sempre soube das desgraças que o
alcoolismo faz nos lares, casou com a praga porque quis, agora vem dizer que é
coisa de origem reencarnatória. É besta demais, né?
Você sabia que uma
fábrica de cachaça tem uma facilidade enorme para conseguir verbas de incentivo
do BNDES?
Sabia que se a
solicitação da verba for para construir um hospital ou um estabelecimento de
ensino, as dificuldades são enormes e as exigências burocráticas praticamente
leoninas?
Eu tinha um conhecido
antigo, em Belém, o meu amigo Josino, que era um pau dágua de marca maior,
daquele tipo que era encontrado bêbado, constantemente, deitado na via pública,
todo vomitado e até cachorro lambendo a sua boca. Já morreu, de tanta cachaça,
coitado.
Só que ele não
admitira, de forma alguma, ser chamado de alcoólatra porque dizia “eu bebo
SOCIALMENTE”.
Quando alguém diz que
bebe socialmente, está querendo passar atestado de trouxa para os amigos ou pra
ela mesma?
Misericórdia.
Para concluir devo
informar aos amigos que são empresários e comerciantes que, se o seu negócio
não estiver muito bom, no Brasil, mude de ramo, monte uma fábrica de cachaça,
que é um excelente negócio e tem muita facilidade de conseguir incentivos do
BNDES, com carência e tudo para começar a pagar.
É uma vergonha o país
onde a gente vive.
O que dirão as
civilizações do futuro, quando lêem nos livros de história que o Brasil fazia
isto?
Abração.
Alamar Régis Carvalho
Analista de sistemas, escritor e
AINSF Dinastia
alamarregis@redevisao.net
www.alamarregis.com
www.site707.com
www.redevisao.net
Ah, tem um
aviso aos meus amigos: Você, que gosta de receber os artigos do Alamar, dê uma
entradinha no meu site pessoal, e se cadastre lá, como amigo do Alamar. É
fácil, basta clicar em CADASTRA AMIGOS, que está logo no menu ao lado esquerdo
do site. Caso você já receba os emails, personalizados, é porque você já consta
em meu banco de dados. Mesmo assim peço para que entre lá, a fim de atualizar
as informações, para efeitos de estatística apenas. Basta colocar o seu email
que o sistema mostra os dados que temos gravados.. Agradeço pela atenção e o
carinho dos amigos.
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