Demóstenes
Torres desapareceu da mídia
4/3/2012 13:32,
Por Altamiro Borges - de São Paulo
Demóstenes Torres, incensado pela mídia nativa, preferiu se calar sobre suas ligações perigosas com banqueiro do bicho |
Nenhuma manchete na Folha ou no Estadão. Nenhum comentário no
Jornal Nacional da TV Globo.
Nenhuma chamada de capa na Veja.
Mistério! Será que o senador Demóstenes
Torres (DEM-GO), assíduo frequentador da mídia nativa, morreu ou encontra-se
desaparecido? Como “paladino da ética”, o líder dos demos não tem nada a falar
sobre a Operação Monte Carlo da Polícia Federal? Na quarta-feira passada,
agentes da PF efetuaram a prisão de Carlos Augusto Ramos, o famoso Carlinhos
Cachoeira. Um dos maiores mafiosos do país, o bicheiro explorava uma rede de caça-níqueis
e de cassinos ilegais em cinco Estados brasileiros. Apenas em Goiânia e
Valparaíso, nas cercanias de Brasília, os seus cassinos rendiam cerca de R$ 3
milhões por mês.
As
relações políticas do mafioso
Com
base nos documentos apreendidos e em 200 horas de escutas telefônicas, a
Operação Monte Castelo concluiu que Carlinhos Cachoeira possuía forte
influência na política goiana. Ela mantinha jornalistas na sua folha de
pagamento, contava com uma rede de espionagem ilegal e nomeou vários
integrantes para a área de segurança (segurança!) do governo tucano de Marconi
Perillo.
Além
disso, os grampos autorizados pela Justiça revelaram várias conversas do
mafioso com o “ético” Demóstenes Torres, líder do DEM no Senado. De acordo com
as investigações, em julho do ano passado Carlinhos Cachoeira deu um generoso
presente de casamento para o senador goiano: uma cozinha completa. Há indícios
também de financiamento ilegal de campanhas eleitorais.
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