quarta-feira, 18 de janeiro de 2012


Alamar querido amigo, estou com você e ponto. 

Se colar, colou
Brasileiro omisso, diante das malandragens, das pilantragens e das canalhices, sejam elas de que espécie for e em que ambiente for, não é brasileiro pacífico, é BRASILEIRO BURRO.

No Brasil, este país onde bandido faz o que quer, onde há impunidade... mas impunidade para bandidos, porque para cidadão de bem não..., onde qualquer um pode roubar milhões e, caso seja descoberto, basta apelar para “O ADVOGADO NEGA”, onde até o STF protege ladrões, existe um outro tipo de safadeza, que não é de hoje, que pouca gente percebe, mas que gera milhões e até bilhões para espertalhões.

É a prática do “se colar, colou”.
Que diabo é isto, Alamar?
É algo que acontece em várias atividades e eu, inclusive, já alertei sobre isto, em outra oportunidade, para os meus amigos e leitores.
Há mais de trinta anos, já acontecia.
Vamos lá.

Golpe dos bancos
Gerentes e tesoureiros de bancos já aplicavam este tipo de golpe:

Retiravam centavos das contas de todos os clientes e, conforme o saldo médio, a retirada não era apenas de centavos, mas de alguns cruzeiros.
Faz de conta que um determinado banco tenha dez mil clientes e que, em um dia, seja retirado um real, da conta de cada um. Imagine, por exemplo, a retirada de um real da conta de cada cliente vai dar um sobrazinha de 10 mil reais que, certamente, é dividido entre os espertalhões autores do golpe.
Estou falando em 10 mil contas, por baixo, bem por baixo, porque número de contas bancárias é algo que chega aos milhões.
O que lhes dá segurança para fazer isto?
A certeza de que a grande maioria das pessoas não vai reclamar, partindo do princípio que ninguém quer “esquentar a cabeça” com pouca coisa.
Eu, por exemplo, moro em São Paulo, e posso ser uma pessoa que presta atenção em todos os lançamentos do extrato da minha conta. Mais de 90% das pessoas não estão nem aí para o extrato, assim como não olha para conta telefônica, extrato de cartão de crédito, etc... Os espertalhões adoram isto.
Aí eu percebo que foi debitado um, dois ou três reais da minha conta, sei que não paguei nada que custasse o valor, não emiti nenhum cheque em tal valor e que só pode ser alguma tarifa bancária, entre as inúmeras que existem.
Por mais que eu seja bem chato, para conhecer todas as tarifas, vamos que eu questione e até perceba que o valor fora debitado indevidamente.
Com certeza eu não vou pegar o meu carro, enfrentar o trânsito, sujeito a cair em outra malandragem, que é a indústria das multas de trânsito, ter que pagar estacionamento, porque nem todo banco tem estacionamento exclusivo, enfrentar as portas de banco, tendo que retirar relógio, celular e tudo, pegar senha e ficar esperando ser atendido pelo gerente, para reclamar por dois reais.
A perda de tempo e o gasto é muito maior do que dois reais.
Se for reclamar por telefone, é impossível você falar com alguém, posto que todos os atendimentos são eletrônicos. Digite 1, se quiser falar com o setor A; digite 2, se quiser falar com o setor B... e assim sucessivamente. Não tem quem agüenta.
Vamos que eu opte por mandar uma carta, pelo correio, com AVISO DE RECEBIMENTO, que é o tipo de documento que todo mundo tem medo.
Não compensa, porque só o registro da carta custa mais de 2 reais.
Então... qual a saída?
Não tem saída. Eu tenho que me conformar, sem me aborrecer muito, porque afinal de contas, são apenas dois reais, que não me farão falta.
Mas, ainda que eu seja bem chato, mas bem chato mesmo, faço questão de apurar os fatos, por achar um abuso, enfrento a porta do banco, a senha, a espera pelo gerente, passo uma manhã inteira para ser atendido e, com aquele sorriso o gerente me atende:
- “Em que posso ajudar, meu senhor”.
Cito o ocorrido, digo que não é certo uma coisa daquela, ela concorda comigo, fica solidário e até se “aborrece”, como se estivesse também chateado com o ocorrido, me oferece um cafezinho e diz que vai apurar.
Demora um pouco e depois vem, “morto de pena” do cliente.
- “Consegui apurar, houve uma falha no nosso sistema, o valor já foi estornado à conta e o senhor queira desculpar”.
Pronto. Está resolvido o problema.
Você vai mover ação contra o banco? Vai pagar honorário de advogado para patrocinar uma ação? Vai enfrentar cartórios? Vai acompanhar processos?
Sabendo que toda vez que um banco perde uma ação, ele sempre recorre, mesmo ciente de que não tem razão, para matar o reclamante no cansaço, utilizando as amizades que os seus advogados sempre tem com todos os funcionários do cartório, que já se tornaram íntimos seus, já que está lá todos os dias, será que vale a pena?
Em um milhão de pessoas, apenas um é chato, que nem você que, mesmo sendo chato, não causa problema nenhum para o banco.
É muito fácil dizer:
- “Desculpe, foi uma falha em nosso sistema”.
É por isto que se chama: Se colar, colou.
Muitos outros fazem isto
Cartões de créditos fazem isto, aos montes, a todo momento; operadoras de telefonia fixa e celular fazem isto, a todo momento; imobiliárias fazem isto a todo momento, acrescentando umas tais “despesas administrativas”.
Detrans fazem isto a todo momento, através da indústria das multas, certo de que existe muito “honestinho” por aí que diz “adoro pagar todas as minhas contas, pontualmente”, sem verificar e sem reclamar por nada.
- “Ora, seu eu fui multado é porque eu devo ter mesmo excedido a velocidade e não tenho porque reclamar”.
É nesta “honestidade” irracional que a malandragem se pega.

As safadezas nos supermercados
Todo mundo já ouviu falar na balança adulterada, mas ninguém se dá ao trabalho de checar isto. Eu, por exemplo, tenho a “mania” de, de vez em quando, levar uma coisa qualquer que pese exatamente um quilo, a um supermercado e pedir para que seja pesado na balança. Em mais de uma vez já percebi que a balança está errada, como sempre roubando a favor do supermercado, nunca a favor do cliente.

Ao ser chamado o gerente, ele constata o erro que, com certeza não é nenhuma novidade para ele, e diz o seguinte:
- “Muito obrigado, meu senhor, por nos ajudar neste momento. Que bom seria se todos os clientes fizessem isto. Vou tomar providências agora mesmo”.
Chama um funcionário qualquer, dá um esporro de mentirinha e fica tudo por isto mesmo.
Tem também o problema da água, que vira gelo, na embalagem do camarão, do peixe, do frango e de vários frios.
Gelo pesa, assim como água pesa.
Quando o produto é colocado na balança, marca um determinado peso que não é o quanto pesa o produto e sim a soma do produto mais o gelo e a embalagem.
Ninguém presta atenção nisto.
O que eu já fiz, algumas vezes:
Pego o frango, o camarão ou outro produto qualquer, retiro o produto da embalagem que está, retiro toda a água e gelo, depositando-a em um saquinho plástico de embalagem, do próprio supermercado, coloco o produto sem água e sem gelo em outro saquinho e mando pesar de novo.
Você suja as suas mãos, mas vale a pena e você vai perceber a diferença que existe.
O gerente fica puto da vida, quando vê aquilo, mas você não pode e nem deve se intimidar, porque geralmente os demais clientes que estão nos outros caixas, vendo aquilo, lhe dão apoio e não tem como ele tomar qualquer atitude contra você.
Fica melhor ainda quando você manda uma outra pessoa filmar a cena com uma câmera de celular.

Postos de combustíveis
Você conhece, na sua cidade, algum dono de posto que esteja preso por adulteração de combustível?
Duvido que conheça.
A falsificação de combustíveis continua maior do que nunca. A gasolina batizada está presente na maioria dos postos, mas não adianta nenhum órgão fechar, porque entra em ação a onda de “O ADVOGADO NEGA”, e uma semana depois o posto está aberto, novamente, o dono continua a fazer a mesma coisa e que se dane o consumidor.

Outras malandragens
Seguradora Vera Cruz dá golpes, muda de nome, passa a se chamar MAPFRE e continua "linda e maravilhosa" no mercado, fazendo as mesmas coisas. Depois que sacanear mais gente, vai mudar de nome de novo e tudo ficará por isso mesmo. Que país é este?
Os "documentos" naquele papel amarelo, que apaga todas as letras com o tempo, continuam aí no mercado, o povo não percebe a malandragem. Tire cópia de todo documento emitido com aquele papel, principalmente quando se trata de garantia de algum equipamento adquirido. Não vá na onda na canalhice do mercado.

A incompetência, burrice ou vista grossa de alguns juízes
O cidadão lesado por uma companhia telefônica, operadora de tv a cabo, cartão de crédito, concessionária de energia elétrica, etc... entra com uma ação muito bem fundamentada no Juizado Especial do Cível, o famoso "Pequenas Causas", junta todas as provas nos autos do processo, provas incontestáveis, claras e evidentes acerca da fraude que essas empresas repetida, descarada e desonestamente praticam contra o consumidor, todos os dias, em todo o país. Requer a indenização máxima, permitida por aquela instancia judicial para o cidadão que entra, sem advogado, que é de vinte salários mínimos.

O Juiz da inicial, diante de tantas evidências claras pelas provas contundentes, diante de tantas reclamações semelhantes que acontecem diante dos seus olhos DIARIAMENTE, sabendo que a safadeza repetida é uma realidade em nosso país, dá a sentença imediatamente, condenando a empresa a pagar a indenização que fora solicitada pela vítima, ou seja, vinte salários mínimos.
Aí, no país de "O ADVOGADO NEGA", entra o advogado da poderosa para recorrer, utilizando-se do mesmo clichê, do mesmo modelo de recurso que ele tem gravado no Word do seu computador, que não muda nada, a não ser o número do processo e o nome da parte reclamante, com o mesmo argumento de sempre:
- "O reclamante está querendo ficar rico à custa da justiça, meritíssimo".
Agora, vejam bem:
A Turma do Colégio Recursal, que é o termo que se usa para identificar não apenas um, mas VÁRIOS JUÍZES que compõem um grupo para analisar e dar novo julgamento ao mesmo processo, onde se supõe um nível de inteligência maior, uma probabilidade menor de erro, por conta do "várias cabeças pensando", toma a decisão de desconsiderar a sentença do juiz, colega deles e as vezes até membro da Turma, modifica a decisão e diz que a EMPRESA PODEROSA deve pagar apenas a metade daquilo que foi condenada na inicial.
Conclusão.
1) Em princípio esses juízes das "Turmas recursais" estão subestimando a competência do Juiz que julgou a inicial, chamando-o de burro, incompetente e despreparado para o cargo.
2) Quando reduzem uma condenação de vinte salários mínimos para que a condenada pague apenas dez, estão qualificando o colega como mais burro ainda. A diferença é grande demais.
3) Retiram a autoridade de um colega, desestimulando-o a trabalhar com honestidade e descomprometimento com o poderio econômico.
4) Fingem que não sabem que essas companhias fazem as mesmas safadezas, pelo volume de processos com o mesmo tipo de reclamação, que ocorre DIARIAMENTE, no mesmo juizado, numa bandalheira e num descaramento costumeiro em nível nacional.
5) Subestimam e humilham o cidadão brasileiro lesado.
Segunda conclusão:
Será que esses juízes são tão imbecis para não saberem que o modelo do recurso é o mesmo, que o argumento é o mesmo e que um tipo de recurso desse é até uma subestima à inteligência deles próprios?
Será que esses juízes acham que é possível alguém ficar rico, a custa de uma mixaria de apenas 20 salários mínimos?
Vejam bem o detalhe: O único argumento usado no recurso foi essa alegação ridícula de que o reclamante está querendo "ficar rico" e nada mais, porque diante das provas não poderia haver outro argumento. Aí o advogado, utilizando-se da sua malandragem, faz um recurso bem grande, com mais de dez páginas, citando Lombroso, Clóvis Beviláqua, Hely Lopes Meirelles, José Carlos Moreira Alves e outros, só para enrolar, certo de que os juízes não vão ter tempo de ler tudo, diante do acúmulo de processos, e os idiotas dos juízes vão na onda.
O que há por trás disto?
Preste bem atenção, meu caro leitor: As ações são sempre patrocinadas por GIGANTESCAS EMPRESAS, que faturam bilhões.
É preciso dizer mais alguma coisa?
Senhores juízes: os senhores acham que todo cidadão brasileiro é besta?
Não seria melhor que os senhores se mancassem a passassem a perceber que atitudes como estas só fazem denegrir mais a imagem da magistratura brasileira, que anda tão complicada?

Conclusão Final
Fica por conta da sua inteligência.
Ficam aí, então, os alertas. Todo cuidado é pouco.
Abração

Alamar Régis Carvalho
www.alamarregis.com
alamarregis@redevisao.net

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