quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

O QUE SERÁ QUE SERÁ??
Noelia Marise Ruegger

Diz a boca-do-povo e ficou como tradição, principalmente em nossa cultura, que o padrão de mulher é ser frágil, sensível, meiga, romântica, carinhosa, submissa e tenha uma maneira de amar mais sutil, transcendental; e atributos como inteligência, determinação, coragem, eficiência, objetividade, frieza são masculinos. Pois, na verdade, o que a ciência (Psicologia) estudou e comprovou é que tanto homem como mulher possuem características dos dois tipos de modelo (FEMININO/MASCULINO), então o que seria utilizado para distinguir os sexos, pra mim, é o que faz o diferencial pra existirem “pessoas especiais” (homem/mulher), usando-os conjuntamente ou complementando-os.
Vou explicar, por exemplo: pelo perfil, numa análise superficial, um modelo típico de homem seria: inteligente, forte, decidido, responsável, destemido, másculo, mas que seja sensível, romântico, carinhoso, emotivo é o que torna o meu modelo de homem especial.
E eu, por exemplo, como modelo de mulher: carinhosa, sensível, prazerosa, sensual, amorosa, mas destemida, corajosa, objetiva.
Não hesito diante de obstáculos, situações traumáticas, compromissos difíceis de serem cumpridos, pois o principal compromisso da minha vida sempre foi o aprimoramento físico, moral, intelectual e espiritual e com força de vontade, hajo de acordo com o que meu coração e espírito mandam, mas confesso que tenho medo da entrega total. Pois seria com um homem assim que gostaria de compartilhar minha vida, trocar idéias, assistir um filme abraçadinho no cinema ou em casa mesmo, chorar e rir, e pensando assim, sinceramente, que comecei a questionar a qualidade dos relacionamentos sexuais nos sites de relacionamento e na vida atual.
Claro, que a convivência entre um casal pede contato físico, intimidade e, conseqüentemente, sexo. Mas a questão é: até que ponto um sobrevive sem o outro? É possível amar sem transar? É possível transar sem amar? Por quanto tempo? Quanto vale uma relação onde o sexo insiste em existir sem o amor, ou vice-versa?
Sinceramente, acredito que a melhor tradução para o ato sexual entre duas pessoas que estão juntas, mesmo morando separados porém que compartilham a mesma cama, seja a tradicional expressão FAZER AMOR, que pra mim é totalmente diferente de FAZER SEXO. Então, se o que os casais desejam é, sobretudo , fazer amor, a resposta é óbvia! Ou seja, devemos fazer amor em todos os sentidos, em todas as nossas possibilidades. Não dá para pensar num amor com uma pessoa durante 30 minutos ou uma hora se, durante o resto das 23 horas do dia, o se o que conseguimos ter com ela são discussões, desconfianças, críticas, grosserias ou, o que ao meu ver é ainda pior, um silêncio cortante e esmagador, uma ausência absoluta de afeto, de entrosamento, de afinidades. Enfim, não há tesão que resista à indiferença, à falta de companheirismo, à distância, à compreensão e paciência, muita paciência!!!
Então, o que faço?
Desisto?
Começo de novo?
Saio com outra pessoa?
Ou invisto de verdade nas relações e me dou uma nova chance?
Evidente que cada um tem a melhor resposta para si mesmo.
Isto é, que compreendamos que o ato sexual é conseqüência de uma série de outros atos, que a qualidade do sexo está diretamente relacionada com a qualidade que se tem em todos os outros setores do relacionamento, como, respeito, admiração, confiança entre outros que já citei. Então para conquistar um relacionamento sexual satisfatório, prazeroso e intenso, é necessário que tenhamos que investir, primeiro, nas outras áreas da relação.
Tentando ser a mais verdadeira possível e expondo os meus medos , inseguranças e meus sentimentos mais profundos e criando um clima amigável, dando o melhor de mim mesma é que acredito no sucesso do meu amor. E se quebrar a cara ou ser passada como boba. É preciso tentar! Pois também posso amar e ser amada muito mais do que imaginei um dia e, por conta disso, ser muito, muito mais feliz!!!

Sobre estar sozinho
(Flávio Gikovate)

Não é apenas o avanço tecnológico que marcou o inicio deste milênio. As relações afetivas também estão passando por profundas transformações e revolucionando o conceito de amor.
O que se busca hoje é uma relação compatível com os tempos modernos, na qual exista individualidade, respeito, alegria e prazer de estar junto, e não mais uma relação de dependência, em que um responsabiliza o outro pelo seu bem-estar.
A idéia de uma pessoa ser o remédio para nossa felicidade, que nasceu com o romantismo, está fadada a desaparecer neste início de século. O amor romântico parte da premissa de que somos uma fração e precisamos encontrar nossa outra metade para nos sentirmos completos. Muitas vezes ocorre até um processo de despersonalização que, historicamente, tem atingido mais a mulher. Ela abandona suas características, para se amalgamar ao projeto masculino. A teoria da ligação entre opostos também vem dessa raiz: o outro tem de saber fazer o que eu não sei.
Se sou manso, ele deve ser agressivo, e assim por diante. Uma idéia prática de sobrevivência, e pouco romântica, por sinal.
A palavra de ordem deste século é parceria. Estamos trocando o amor de necessidade, pelo amor de desejo.
Eu gosto e desejo a companhia, mas não preciso, o que é muito diferente.
Com o avanço tecnológico, que exige mais tempo individual, as pessoas estão perdendo o pavor de ficar sozinhas, e aprendendo a conviver melhor consigo mesmas. Elas estão começando a perceber que se sentem fração, mas são inteiras. O outro, com o qual se estabelece um elo, também se sente uma fração. Não é príncipe ou salvador de coisa nenhuma. É apenas um companheiro de viagem.
O homem é um animal que vai mudando o mundo, e depois tem de ir se reciclando, para se adaptar ao mundo que fabricou. Estamos entrando na era da individualidade, o que não tem nada a ver com egoísmo. O egoísta não tem energia própria; ele se alimenta da energia que vem do outro, seja ela financeira ou moral. A nova forma de amor, ou mais amor, tem nova feição e significado.
Visa a aproximação de dois inteiros, e não a união de duas metades. E ela só é possível para aqueles que conseguirem trabalhar sua individualidade..
Quanto mais o indivíduo for competente para viver sozinho, mais preparado estará para uma boa relação afetiva. A solidão é boa, ficar sozinho não é vergonhoso. Ao contrário, dá dignidade à pessoa. As boas relações afetivas são ótimas, são muito parecidas com o ficar sozinho, ninguém exige nada de ninguém e ambos crescem. Relações de dominação e de concessões exageradas são coisas do século passado. Cada cérebro é único. Nosso modo de pensar e agir não serve de referência para avaliar ninguém.
Muitas vezes, pensamos que o outro é nossa alma gêmea e, na verdade, o que fizemos foi inventá-lo ao nosso gosto. Todas as pessoas deveriam ficar sozinhas de vez em quando, para estabelecer um diálogo interno e descobrir sua força pessoal.
Na solidão, o indivíduo entende que a harmonia e a paz de espírito só podem ser encontradas dentro dele mesmo, e não à partir do outro. Ao perceber isso, ele se torna menos crítico e mais compreensivo quanto às diferenças, respeitando a maneira de ser de cada um.
O amor de duas pessoas inteiras é bem mais saudável. Nesse tipo de ligação,há o aconchego, o prazer da companhia e o respeito pelo ser amado. Nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem de aprender a perdoar a si mesmo...



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