sábado, 26 de setembro de 2009


Ola, Bom dia Vento,

Durante algum tempo vou postar aqui o que as pessoas falam/escreve e pensar sobre o amor.
Vou pegar alguma coisa na internet, e vou perguntar aos meus amigos e conhecidos a opinião deles.

Vejam que interessante esse texto

ENSAIOS SOBRE O AMOR.
*
O que é o Amor
Uma Hidra Com Mil Cabeças
Como a hidra do mito grego, o amor assume muitas formas – bastantes mais do que as nove cabeças atribuídas à hidra do lago Lerna. Não há apenas o amor parental especialmente visado na Carta aos Coríntios (O amor é paciente, o amor é prestável, não é invejoso…).

Há também o amor passional, cantado por Shakespeare:

O amor é uma fumarada de suspiros; liberto, é uma chama
que brilha nos olhos dos enamorados; prisioneiro, é um mar
que alimenta as suas lágrimas.

E há o amor à sociedade, aos animais, e à arte. E o amor a Deus e a ideias (algumas loucas). E o amor ao poder, ou ao dinheiro, ou à crueldade. É. Algumas formas de amor são declaradamente perversões (o amor ao dinheiro, por exemplo) ou monstruosidades (o amor sádico, de alguns carrascos e psicopatas).
O amor pode de facto envolver características de uma hidra monstruosa, no sentido mais literal do termo, o que em certa perspectiva justificaria uma iniciativa como a de Hércules, a uma Amione distante.
Só que essa tentativa nunca teria o êxito conseguido por Hércules. No caso do amor, o Monstro e a Bela confundem-se (como na história da Bela e o Monstro). A fonte de onde brota os amores monstruosos e pervertidos é a mesma que alimenta os amores grandiosos. O amor pode inclusivamente ser fonte de ódio: ao se amar uma certa ideia de Deus, ou de Pátria, ou uma certa mulher, ou uma certa coisa, pode odiar-se tudo aquilo que resiste e se opõe a esse amor… É. O amor pode ser fonte de ódio. Contraditoriamente. Alguns dos nossos maiores amores envolvem também ódios profundos.

Contradições do Amor
O amor é grandioso e sublime, ou quimera e caos?

Disse Pascal, a propósito do homem, e das contradições e facetas grandiosas e mesquinhas nele presentes:

Que quimera é o homem? Que novidade, que monstro, que
caos, que sujeito de contradição, que prodígio! Juiz de todas
as coisas, verme imbecil; depositário da verdade, fossa de
incerteza e de erro; glória e nojo do universo. Quem é capaz
de deslindar esta embrulhada?
Algo de semelhante podemos dizer do amor.
O amor é grandioso. Todos conhecemos o amor incomensurável do pai e da mãe, e o amor místico dos santos, e o amor à humanidade, que pode evitar conflitos e tornar o nosso mundo mais fraterno.
O amor salva-nos. Sem amor a vida é nada:
Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não
tiver amor, sou como um bronze que soa ou um címbalo que
retine. Bíblia, Carta aos Coríntios

E no entanto, não podemos esquecer que o amor também está presente na prostituição ou na pornografia. Ou que o amor pode ser ciumento, possessivo, violento, gerador de ódios e pesadelos (é à sombra do amor a certas ideias e deuses que se cometem actos terroristas e se vai para a guerra).

Há de facto muitas formas de amor que o denigrem, como o atesta as palavras de Gengis Khan:

A felicidade consiste em vencer os inimigos, em vê-los de
joelhos à nossa frente, em tirar-lhes as suas propriedades, em
saborear o seu desespero, em ultrajar as suas mulheres e filhas

Parece que o seu amor supremo se confundia com sadismo…
É pois caso para dizer, como Pascal:

Quem é capaz de deslindar esta embrulhada?

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