Ola, Bom dia Vento,
Durante algum tempo vou postar aqui o que as pessoas falam/escreve e pensar sobre o amor.
Vou pegar alguma coisa na internet, e vou perguntar aos meus amigos e conhecidos a opinião deles.
Vejam que interessante esse texto
ENSAIOS SOBRE O AMOR.
*
O que é o Amor
Uma Hidra Com Mil Cabeças
Como a hidra do mito grego, o amor assume muitas formas – bastantes mais do que as nove cabeças atribuídas à hidra do lago Lerna. Não há apenas o amor parental especialmente visado na Carta aos Coríntios (O amor é paciente, o amor é prestável, não é invejoso…).
Há também o amor passional, cantado por Shakespeare:
que brilha nos olhos dos enamorados; prisioneiro, é um mar
que alimenta as suas lágrimas.
E há o amor à sociedade, aos animais, e à arte. E o amor a Deus e a ideias (algumas loucas). E o amor ao poder, ou ao dinheiro, ou à crueldade. É. Algumas formas de amor são declaradamente perversões (o amor ao dinheiro, por exemplo) ou monstruosidades (o amor sádico, de alguns carrascos e psicopatas).
O amor pode de facto envolver características de uma hidra monstruosa, no sentido mais literal do termo, o que em certa perspectiva justificaria uma iniciativa como a de Hércules, a uma Amione distante.
Só que essa tentativa nunca teria o êxito conseguido por Hércules. No caso do amor, o Monstro e a Bela confundem-se (como na história da Bela e o Monstro). A fonte de onde brota os amores monstruosos e pervertidos é a mesma que alimenta os amores grandiosos. O amor pode inclusivamente ser fonte de ódio: ao se amar uma certa ideia de Deus, ou de Pátria, ou uma certa mulher, ou uma certa coisa, pode odiar-se tudo aquilo que resiste e se opõe a esse amor… É. O amor pode ser fonte de ódio. Contraditoriamente. Alguns dos nossos maiores amores envolvem também ódios profundos.
Contradições do Amor
O amor é grandioso e sublime, ou quimera e caos?
O amor é grandioso e sublime, ou quimera e caos?
Disse Pascal, a propósito do homem, e das contradições e facetas grandiosas e mesquinhas nele presentes:
Que quimera é o homem? Que novidade, que monstro, que
caos, que sujeito de contradição, que prodígio! Juiz de todas
as coisas, verme imbecil; depositário da verdade, fossa de
incerteza e de erro; glória e nojo do universo. Quem é capaz
de deslindar esta embrulhada?
Algo de semelhante podemos dizer do amor.
O amor é grandioso. Todos conhecemos o amor incomensurável do pai e da mãe, e o amor místico dos santos, e o amor à humanidade, que pode evitar conflitos e tornar o nosso mundo mais fraterno.
O amor salva-nos. Sem amor a vida é nada:
Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não
tiver amor, sou como um bronze que soa ou um címbalo que
retine. Bíblia, Carta aos Coríntios
tiver amor, sou como um bronze que soa ou um címbalo que
retine. Bíblia, Carta aos Coríntios
E no entanto, não podemos esquecer que o amor também está presente na prostituição ou na pornografia. Ou que o amor pode ser ciumento, possessivo, violento, gerador de ódios e pesadelos (é à sombra do amor a certas ideias e deuses que se cometem actos terroristas e se vai para a guerra).
Há de facto muitas formas de amor que o denigrem, como o atesta as palavras de Gengis Khan:
A felicidade consiste em vencer os inimigos, em vê-los de
joelhos à nossa frente, em tirar-lhes as suas propriedades, em
saborear o seu desespero, em ultrajar as suas mulheres e filhas
joelhos à nossa frente, em tirar-lhes as suas propriedades, em
saborear o seu desespero, em ultrajar as suas mulheres e filhas
Parece que o seu amor supremo se confundia com sadismo…
É pois caso para dizer, como Pascal:
Quem é capaz de deslindar esta embrulhada?
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